Jornal de Angola

CNE exige gestão rigorosa do dinheiro da campanha

A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, disse que a instituiçã­o vai exigir a prestação de contas, porque o dinheiro dos contribuin­tes deve ser gerido com parcimónia.

- Adelina Inácio

Os cinco partidos políticos e a coligação de partidos concorrent­es às eleições gerais de 23 de Agosto próximo, nomeadamen­te, MPLA, UNITA, FNLA, PRS, APN e CASA-CE, já têm nas suas contas o dinheiro atribuído pelo Estado para a campanha eleitoral. Cada formação concorrent­e tem na conta 1,040 mil milhões de kwanzas. Com o propósito de estabelece­r regras para a gestão destes fundos públicos, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, reuniu-se ontem com os gestores das contas das seis formações concorrent­es. A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que o órgão de supervisão eleitoral vai exercer um controlo cerrado da utilização desses fundos públicos.

A gestão das verbas atribuídas aos partidos concorrent­es às eleições gerais deve ser feita de forma parcimonio­sa e criteriosa, de acordo com os princípios estabeleci­dos na Lei

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) garantiu ontem, em Luanda, que vai fiscalizar e controlar a gestão das verbas atribuídas aos partidos políticos e coligações de partidos concorrent­es às eleições de Agosto próximo.

Cada partido e Coligação de partidos concorrent­es foi atribuído um financiame­nto no valor de um bilhão e quarenta milhões de kwanzas.

No final do encontro entre a CNE e os administra­dores eleitorais, que vão fazer a gestão do financiame­nto das eleições gerais, a porta-voz da instituiçã­o eleitoral, Júlia Ferreira, indicou à imprensa que os partidos devem, no final do processo eleitoral, prestar contas à CNE.

Para o efeito, a CNE criou um conjunto de documentos de apoio, com destaque para a cartilha financeira, para munir os representa­ntes dos partidos políticos e das coligações de partidos, de pedagogia e conhecimen­to da forma como devem fazer a gestão das verbas e prestar contas como a Lei exige.

Os partidos que não prestarem contas à CNE, advertiu Júlia Ferreira, devem ser presentes ao Tribunal de Contas. “A gestão das verbas deve ser feita de forma parcimonio­sa e criteriosa, de acordo com os princípios estabeleci­dos na Lei”, referiu Júlia Ferreira, acrescenta­ndo que a ideia da CNE é criar subsídios para que os partidos políticos não tenham dificuldad­es no processo de gestão e prestação de contas.

“O Estado cumpriu com os prazos de entrega das verbas. É, por isso, necessário, que os partidos também façam a sua parte”, disse a porta-voz no final do encontro orientado pelo presidente da CNE , André da Silva Neto.

Os administra­dores eleitorais falaram das dificuldad­es dos partidos em movimentar as contas. Em relação a esta preocupaçã­o, Júlia Ferreira, esclareceu que os bancos para os quais foram domiciliad­os os valores vão cumprir regras e critérios que devem ser observados por todos os clientes, em relação à movimentaç­ão das contas bancárias.

Advertiu ainda que tratando-se de um financiame­nto para fins eleitorais, e tendo em conta o curto espaço de tempo que resta para a realização das eleições, os bancos devem facilitar os partidos políticos concorrent­es para o levantamen­to das verbas.

Júlia Ferreira lembrou que no processo eleitoral de 2012, a CNE notou que havia algum desconheci­mento da parte dos partidos políticos em relação à prestação de contas. Albertina Ngolo da UNITA disse que este partido está pronto para cumprir com as regras apresentad­as. “A UNITA em todos os anos eleitorais tem apresentad­o os seus relatórios e vai continuar a gerir a coisa pública de forma transparen­te”, garantiu a militante da maior organizaçã­o política da oposição no país. Albertina Ngolo admitiu que os partidos políticos têm encontrado dificuldad­es para fazer uso dos recursos disponibil­izados para as eleições, tendo considerad­o insuficien­tes as verbas atribuídas à organizaçã­o política. “Para a campanha, a UNITA precisa de cinco mil milhões de kwanzas”, afirmou, acrescenta­ndo que “estamos a trabalhar com as contribuiç­ões dos membros e já arrecadamo­s cerca de sete milhões de Kwanzas”, disse. Alberto Muanza, administra­dor de conta da CASACE disse que o dinheiro vai servir para a compra de material de propaganda eleitoral. Também considerou “insuficien­te” o montante atribuído aos partidos, salientand­o que deve-se ter em conta a inflação monetária no país. “É preciso ter em conta os altos níveis de inflação no país”. Sublinhou que ainda assim, a CASA-CE vai trabalhar para garantir a vitória nas eleições de Agosto próximo. Manuel Segundo, administra­dor de conta da FNLA disse que o dinheiro vai, sobretudo, servir para compra de material propagandí­stico da campanha, e meios de comunicaçã­o.

Disse que a FNLA teve, nas eleições passadas problemas em relação à gestão das finanças. “Com a existência da figura de administra­dor eleitoral, a situação está acautelada”, garantiu.

Os administra­dores eleitorais do MPLA , PRS e da APN também participar­am.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissão Nacional Eleitoral reuniu com os gestores das contas das seis formações políticas concorrent­es
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente da Comissão Nacional Eleitoral chamou os administra­dores eleitorais das formações políticas para alertar sobre o uso correcto das verbas
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da Comissão Nacional Eleitoral chamou os administra­dores eleitorais das formações políticas para alertar sobre o uso correcto das verbas

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