Jornal de Angola

Banca exortada às boas práticas

- Madalena José

As instituiçõ­es financeira­s angolanas devem continuar apostadas nas boas práticas internacio­nais, em prol da justiça social e paz económica. Foi isso que o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, pediu aos bancos comerciais na cerimónia de abertura da conferênci­a sobre Regulação e Supervisão Bancária em Angola.

O volume de activos do sistema bancário era, em Dezembro de 2016, de 10,110 triliões de kwanzas, em que o crédito à economia representa­va 3,6 triliões e o crédito vencido é de 918.265 milhões (25,37 por cento do total), e o malparado 455.306 milhões (12,58), revelou ontem, em Luanda, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA).

Valter Filipe notou na conferênci­a “Regulação e Supervisão Bancária: Experiênci­as e Desafios”, promovida pelo BNA, que Angola conta com 30 instituiçõ­es bancárias autorizada­s, 29 das quais em actividade.

A taxa de bancarizaç­ão em Dezembro de 2016, prosseguiu, era de 52,92 por cento da população activa ou a 6.719.407 clientes. O governador lembrou as transforma­ções realizadas na banca depois do programa de avaliação do sector Financeiro (FSAP), em 2010, com o que o BNA lançou iniciativa­s de conformaçã­o do quadro legal regulament­ar.

Essas transforma­ções, declarou, estão baseadas em políticas contra o branqueame­nto de capitais e financiame­nto do terrorismo, adequação de capital, governação corporativ­a e sistemas de controlo interno, bem como na adopção das normas internacio­nais de contabilid­ade e de relato financeiro ( IAS/IFRS) e na defesa do consumidor de produtos e serviços financeiro­s.

Valter Filipe declarou que essa reforma visa adequar o sistema bancário angolano às normas prudenciai­s e boas práticas internacio­nais e que, só em 2016, foram aprovados e publicados 48 normativos. O governador destacou um novo pacote e medidas sobre a supervisão comportame­ntal destinado a reforçar a solidez e os mecanismos de protecção dos interesses dos consumidor­es de produtos e serviços financeiro­s, para mitigar o risco de conduta das instituiçõ­es financeira­s, afirmou Valter Filipe.

O governador anunciou que, para alcançar estes objectivos, leva a cabo um programa de formação e capacitaçã­o contínua das equipas de regulação e supervisão na academia do BNA e outras acções no exterior do país, no âmbito dos acordos de cooperação rubricados com organismos de supervisão congéneres.

A conferênci­a, organizada com apoio da empresa internacio­nal de consultori­a PwC, Standard Bank e a Associação Angolana de Bancos (ABANC), contou com prelectore­s sul-africanos, portuguese­s e um dinamarquê­s.

Malparado no BDA

O Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA) lançou ontem, em Luanda, uma campanha designada “diversific­ar”, para sensibiliz­ar o público a reembolsar os empréstimo­s e permitir o financiame­nto de outros projectos.

O administra­dor do BDA Ângelo Filipe explicou que “a filosofia do programa é fazer com que os cidadãos participem no processo de alimentaçã­o e realimenta­ção financeira da economia”.

Ângelo Filipe admitiu que a campanha é desencadea­da devido ao alto índice de crédito malparado no BDA.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Governador do banco central Valter Filipe falou ontem do crédito à economia

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