Governo dinamiza parcerias políticas
Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva garante alteração da diplomacia para potenciar a economia
CABO VERDE O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reconheceu, na cidade da Praia, que, 42 anos após a independência, o apoio dos parceiros internacionais ainda continua necessário para que Cabo Verde possa apostar num programa político capaz de envolver a economia e tornar o país menos dependente das transferências externas.
Ulisses Correia e Silva, que se reuniu, terça-feira, com representantes diplomáticos e das organizações internacionais presentes no país, sublinhou que Cabo Verde precisa de acelerar o processo de crescimento e de desenvolvimento.
Frisou que conta por isso com a parceria da comunidade internacional “quer em termos de apoio directo às reformas, quer de outros direccionados ao esforço desenvolvimento de infraestruturação.”
O chefe do Governo cabo-verdiano agradeceu, na ocasião, o apoio dado ao crescimento e ao desenvolvimento desde a independência do país, a 5 de Julho de 1975. Ulisses Correia afirmou ter transmitido aos parceiros internacionais a mensagem de que Cabo Verde está a fazer uma forte aposta no investimento, na atracção do turismo, no comércio e na mudança do perfil da economia caboverdiana, para deixar de ser tão dependente de transferências externas e passar a exportar mais.
A reunião com diplomatas e representantes das organizações internacionais aconteceu depois de, durante quatro dias, os embaixadores e cônsules caboverdianos se terem reunido na cidade da Praia para receber do Governo orientações sobre as linhas de política externa.
No encontro, o primeiro-ministro apresentou aos representantes das missões diplomáticas e dos postos consulares as linhas gerais da política externa de Cabo Verde, centrada numa aposta na diplomacia económica e no reforço da parceria com a União Europeia.
O primeiro-ministro falou igualmente dos problemas sectoriais que dificultam determinadas acções na Saúde e na Educação, numa altura em que os enfermeiros cabo-verdianos ameaçaram na terça-feira entrar em greve nos dias 17 e 18 deste mês para exigir a aprovação, pelo Governo, ainda este ano, dos respectivos estatutos, da grelha salarial, da lista de transição e do pagamento do descanso semanal.
Os profissionais de enfermagem reivindicam ainda a reclassificação e progressão, a actualização do valor percentual das horas extraordinárias, a implementação do curso de complemento de licenciatura em Enfermagem em todas as ilhas e concelhos do país e a actualização do plano de evacuação dos doentes.
Ulisses Correia disse aos parceiros internacionais que Cabo Verde está a fazer uma forte aposta no investimento, na atracção do turismo, no comércio e na mudança do perfil da sua economia
Do rol das reivindicações da classe, figura ainda a revisão do regime de pagamento das horas extraordinárias e de chamada ao pessoal de enfermagem afecto ao Centro de Diálise no Hospital Dr Agostinho Neto, na cidade da Praia, com efeitos retroactivos a partir de Setembro de 2016.
A paralisação, a nível nacional, foi anunciada pelo presidente do Sindicato Nacional Democrático dos Enfermeiros (SINDEF), José Sanches, para quem a greve é a última forma de luta, tendo em conta aquilo que considera “o silêncio do Ministério da Saúde em relação às exigências dos profissionais de enfermagem.”
“Nós entendemos que já está esgotado todo o diálogo, porque o Ministério continua no silêncio. Quando se reúne com os enfermeiros é só por pressão do sindicato”, disse José Sanches, acusando o Governo de não fazer nada “de livre e espontânea vontade” para dar resposta às reivindicações dos enfermeiros.
A greve de 48 horas deve começar às 8 horas do dia 17 e terminar à mesma hora do dia 19.