Peritos da Unesco reunidos em Cracóvia
As discussões para a aprovação do dossier de Angola entrar na lista do património da humanidade decorrem na Polónia
INSERÇÃO DE MBANZA KONGO NA LISTA DO PATRIMÓNIO MUNDIAL Os resultados do projecto “Mbanza Kongo, cidade a desenterrar para preservar”, lançado pelo Executivo angolano em 2007, são conhecidos na 41.ª reunião da Comissão do Património Mundial da Unesco, que decorre até a próxima quartafeira, em Cracóvia, Polónia.
Nove anos depois, cresce a expectativa no seio dos citadinos de Mbanza Kongo e não só, relativamente à elevação do centro histórico-cultural a Património Mundial. A delegação angolana que participa nas discussões sobre o dossier na Polónia é encabeçada pela ministra Carolina Cerqueira.
A coordenadora do projecto, Sónia Domingos, uma das integrantes da comitiva de Angola em Cracóvia, garantiu que os amantes da cultura devem esperar por um resultado favorável para o país, tendo em conta que foram cumpridos todas as recomendações dos peritos da Unesco. “Utilizamos todo saber técnico e rigor científico para chegar até este momento”, disse à Rádio Nacional de Angola.
À margem da reunião, decorrem alguns trabalhos técnicos com várias instituições e organizações de consulta da Unesco, além de contactos com países que têm cultura semelhante à de Angola, informou Sónia Domingos, que se referia os casos do Panamá e Honduras, países que têm comunidades de origem Kongo, que aí foram parar no período da escravatura. “O dossier fala da questão da diasporização da cultura Kongo, então como Estados fazem parte do actual comité sítios são avaliados este ano sítios naturais sítios culturais incluíndo o Centro Histórico de Mbanza Kongo sítio misto nestes países os seus patrimónios ligados à cultura Kongo já foram elevados à categoria de Património Imaterial da Humanidade, vamos criar laços de partilha de informação”, frisou.
Nlandu Kiambote, geólogo de profissão que está em missão turística na antiga capital do Reino Kongo, actual Mbanza Kongo, ido de Luanda, capital do país, disse que o Museu dos Reis do Kongo e a árvore mítica Yalan Kwo, constituem os principais monumentos históricos da região razão pela quais constaram no programa da sua visita. Outro monumento chamativo no dossier em discussão tem a ver com o Kulumbimbi - a primeira Sé Catedral católica construída a sul do equador.
Segundo Nlandu Kiambote, a viagem ao Zaire foi motivada para confirmar o que ouvia dizer antes, acerca da árvore mítica conhecida Yalan - Kwo, que muitos afirmam, de acordo com a história, brota sangue quando golpeada com um objecto cortante. “Fiquei curioso e aproveitei as minhas férias para ver in loco e levar o testemunho de que a árvore realmente existe”, disse.
Parque Nacional Simien
A reunião do Comité do Património Mundial em Cracóvia decidiu remover o Parque Nacional Simien na Etiópia da lista de Património Mundial em Perigo em reconhecimento de melhorias na sua gestão e das medidas tomadas para reduzir o sobre pastoreio e o impacto dos visitantes.
O Comité do Património Mundial agradeceu o compromisso da Etiópia na construção de um caminho alternativo para aliviar a perturbação do trânsito na estrada principal que atravessa a propriedade, reduzir o excesso de pastoreio do gado e o impacto dos visitantes. O comité acolheu, além disso, a estabilização da população animal endémica do local, nomeadamente os babuínos walia e os babuínos gelada.
A erosão maciça ao longo dos anos no planalto etíope criou uma das paisagens mais espectaculares do mundo, com picos de montanhas irregulares, vales profundos e precipícios afiados, caindo cerca de 1.500 metros.