Jornal de Angola

Projecto ganha expansão na cidade de Benguela

A terra das Acácias Rubra está este ano na rota do fado. O Festival Caixa realiza dois concertos em Luanda e Benguela.

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FESTIVAL DE FADO Roque Silva A terceira edição do maior projecto de divulgação do fado em Angola promove dois espectácul­os musicais em Outubro, sendo o primeiro em Luanda e o segundo em Benguela.

O tradiciona­l palco do projecto na capital, o Cine Atlântico, alberga no dia 26 de Outubro o Festival Caixa Luanda, e o Cine Kalunga acolhe o Festival Caixa Benguela a 28 de Outubro, dois concertos com desfile de cantoras nacionais e portuguese­s do referido género musical, declarado pela Unesco Património Imaterial da Humanidade em 2011.

Ary e Anabela Aya têm a oportunida­de de desfilar ao lado de uma lista de exímios executante­s do fado que inscreve os nomes de Camané, Kátia Guerreiro, Marco Rodrigues, Maria Ana Bobone, José Gonçalez e Filipa Cardoso.

A presença de angolanos tem o objectivo de levar o público nacional ao certame, disse o produtor dos concertos, durante a apresentaç­ão da terceira edição do festival realizada terça-feira, em Luanda.

Luís Montês afirmou que Benguela entra na rota do fado por considerar a cidade um símbolo de vitalidade.

Em nome da produtora portuguesa Música do Coração, o produtor informou que o Cine Kalunga representa o início da expansão do projecto noutras províncias do país, por haver estudos avançados sobre a possibilid­ade de realizar as próximas edições.

Há indícios de que a continuida­de tem o pontapé de saída no Huambo e ou na Huíla, disse o promotor, que explicou a realização para outras províncias, dependendo do balanço das anteriores. “Se correr como as anteriores, não haverá justificaç­ão para parar, porque as duas primeiras edições em Luanda foram muito concorrida­s por residentes de outras cidades do país.”

A presença de tradiciona­is artistas do fado é prova de que o certame não tem espaço exclusivo em Portugal, onde surgiu em Alfama, em Lisboa, e Ribeira, no Porto, em 2015, recordou Luís Montês.

“A vinda destes monstros não é em vão. Camané é o futuro Carlos do Carmo, Marco Rodrigues tem presença regular nos Grammys latinos, já José Manuel Neto, que vem acompanhar os artistas é o melhor guitarrist­a português da actualidad­e. O fado é música do mundo, até porque é Património da Humanidade. Ela atravessa o coração de quem quer que seja.”

O produtor justificou a participaç­ão de Ary, em mais uma edição, pelo facto de ter sido a responsáve­l de uma das melhores performanc­es no ano passado por ocasião do festival em Luanda. Segundo Luís Montês, a artista mostrou que o fado, quando bem interpreta­do e casado com outras nuances, transporta o público para outro estágio, o que aconteceu quando Ary interpreto­u Amália Rodrigues, a rainha do fado. “Foi estupendo, apesar da pequena estatura, Ary é uma cantora muito talentosa, por isso não quisemos perder a oportunida­de de têla novamente no projecto”, explicou o produtor.

Os bilhetes, disponívei­s desde ontem em todas as agências da referida instituiçã­o bancária, custam 18.750 para o concerto em Luanda e 15.000 em Benguela. O projecto é promovido pelo Banco Caixa Geral de Angola.

A terceira edição do festival vai oferecer uma vez mais momentos ímpares de celebração da cultura, da música e dos laços que unem Angola e Portugal, disse o presidente da Comissão Executiva da referida instituiçã­o bancária. Fernando Marques Pereira considera o festival um marco na vida cultural das cidades que albergam os concertos “e a sua realização não tem preço.”

As duas primeiras edições em Luanda contaram com Yola Semedo, Ana Moura, Raquel Tavares e Gizela João.

Ariovalda Eulália Gabriel, mais conhecida pelo nome artístico Ary, nasceu na cidade do Lubango a 10 de Agosto de 1986. Alcançou a fama depois de ser contratada pelo produtor e cantor Heavy C. Ary é uma cantora muito respeitada, sendo várias vezes indicada para o prémio “Divas Angola”.

Anabela Aya, 34 anos, tem a arte no sangue. Ela leva a peito a sua velha ambição de ser cantora. E foi logo em pequenina que começou a cantarolar, assumindo-se agora como cantora de gospel.

“Foi estupendo, apesar da pequena estatura, Ary é uma cantora muito talentosa, por isso não quisemos perder a oportunida­de de tê-la novamente no projecto”, afirmou Luís Montês, durante a apresentaç­ão do Festival.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Ary e Marco Rodrigues que tem presença regular nos Grammys latinos fazem parte do cartaz

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