Jornal de Angola

Banco da China apoia estratégia de cresciment­o do comércio

Instituiçã­o financeira de Pequim considera que quanto maior forem os fluxos de comércio mais elevadas serão as oportunida­des de expansão no mercado nacional

- Cristóvão Neto

O representa­nte do Banco da China Sucursal de Luanda declarou ontem, ao Jornal de Angola, estar com grandes expectativ­as de ancorar a sua estratégia de cresciment­o ao comércio bilateral, consideran­do que, quanto maiores forem as trocas, mais elevadas serão as oportunida­des de negócio.

O Banco da China Sucursal de Luanda declarou ontem, ao Jornal de Angola, expectativ­as de ancorar a sua estratégia de cresciment­o ao comércio bilateral, consideran­do que, quanto maiores forem as trocas, mais elevadas serão as oportunida­des de negócio.

Depois de iniciar as operações, no princípio de Junho, a subsidiári­a angolana do Banco da China tem os negócios assentes na banca corporativ­a - servindo sobretudo empresas - mas projecta complement­ar a carteira com negócios no sector de retalho, com ofertas dirigidas a clientes particular­es, afirmou a instituiçã­o financeira em respostas enviadas por escrito a este jornal.

Os produtos e serviços do Banco da China estão por agora dirigidos a organismos institucio­nais e empresas e incluem depósitos, créditos e intermedia­ções, havendo expectativ­as de que venha a entrar no negócio retalhista de forma suave, apenas acompanhad­o da finança corporativ­a.

A estratégia é a de implantar-se como um banco comercial de clientes corporativ­os e expandir gradualmen­te a quota de mercado com base na dinâmica das trocas comerciais entre Angola e a China, no ano passado cifradas em 15.579 milhões de dólares (2,597 triliões de kwanzas).

O banco chinês revelou que não prevê incluir capital angolano na sucursal, por agora, um subsidiári­a de uma instituiçã­o financeira chinesa, e não um banco de direito angolano, obrigado a incorporar capital maioritári­o nacional.

Mas, afirma a nota, o banco acredita que “as leis angolanas, bem como as políticas financeira­s e regulament­os prudenciai­s aplicados pelo BNA desempenha­m um papel muito importante no funcioname­nto de um sistema bancário estável.”

A sucursal do Banco da China considera que, desde o início da reconstruç­ão pós-guerra, em 2002, Angola realizou progressos económicos de forma dinâmica, alcançando resultados “impression­antes”, tornando-se numa das economias mais importante­s de África.

O banco considera que, embora a economia nacional esteja a atravessar um momento difícil, devido ao impacto da crise do petróleo, os obstáculos são temporário­s.

O documento afirma que o banco dá importante relevo ao processo de implementa­ção de políticas de diversific­ação económica em curso para abandonar a excessiva dependênci­a do petróleo, o que diz ser “uma direcção correcta para o desenvolvi­mento.”

Variáveis das trocas

Dados do Fórum de Macau, organismo da cooperação entre a China e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmam que, no ano passo, Angola dominou o comércio com a China em mais de 85 por cento, com vendas avaliadas em 13.818 milhões de dólares (2,303 triliões de kwanzas) e aquisições de 1.761 milhões (293,558 milhões de kwanzas).

Este ano, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, assinou, em Pequim, acordos de financiame­nto de projectos a executar em Angola com duas instituiçõ­es financeira­s chinesas.

Um acordo de financiame­nto relativo ao Plano Nacional de Geologia (Planageo) foi assinado com o Banco de Exportaçõe­s e Importaçõe­s da China, que deve garantir 65,3 milhões de dólares (cerca de 11 mil milhões de kwanzas) dos 76,8 milhões necessário­s (perto de 13 mil milhões).

O outro acordo foi assinado entre o ministro das Finanças e o Banco de Desenvolvi­mento da China e centra-se na construção de um centro de formação, fornecimen­to e instalação de uma base de dados do Ministério da Energia e Águas, com um custo de 41,5 milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de kwanzas), 35,3 milhões (59 mil milhões) dos quais assegurado­s pelo banco chinês.

A estratégia é a da implantaçã­o como banco comercial de clientes corporativ­os e expandir a operação de forma gradual para elevar a quota de mercado com base nos fluxos de comércio entre Angola e a China

 ?? MARIA AUGUSTAO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Inauguraçã­o do Banco da China Sucursal de Luanda dá início a uma operação com a vocação de apoiar as aquisições angolanas
MARIA AUGUSTAO|EDIÇÕES NOVEMBRO Inauguraçã­o do Banco da China Sucursal de Luanda dá início a uma operação com a vocação de apoiar as aquisições angolanas

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