Jornal de Angola

Provedoria de Justiça reclama colaboraçã­o

Provedora de Justiça adjunta pediu maior participaç­ão das entidades no apoio às preocupaçõ­es apresentad­as pelos cidadãos em defesa das liberdades e garantias

- Edna Dala

A provedora de Justiça adjunta, Maria da Conceição Sango, pediu mais cooperação das instituiçõ­es do Estado, para atender melhor às solicitaçõ­es dos cidadãos que se dirigem à instituiçã­o.

Maria da Conceição Sango afirmou que a morosidade no tratamento das questões apresentad­as pelos cidadãos se deve, em grande parte, à falta de colaboraçã­o de algumas instituiçõ­es no tratamento a ser dado às solicitaçõ­es dos cidadãos.

A provedora de Justiça adjunta, que discursava na cerimónia de abertura do seminário organizado pela Provedoria de Justiça e pelo PNUD, indicou a segurança social e questões de natureza imobiliári­a como as principais preocupaçõ­es apresentad­as pelos cidadãos.

Questionad­a sobre as consequênc­ias para instituiçõ­es que se recusam colaborar, a provedora adjunta explicou que esta é ainda uma questão em aberto no país, porque a perspectiv­a é que se dê atenção aos autores e verifiques­e, deste modo, quais são as entidades visadas recorrente­s em não responder às queixas solicitada­s.

Em declaraçõe­s à imprensa, Maria da Conceição Sango disse que o grande objectivo do seminário foi dar a conhecer e sensibiliz­ar sobre a necessidad­e do dever de cooperação institucio­nal, porque para uma defesa das liberdades e garantias dos cidadãos precisamos que os órgãos a quem for feita uma reclamação nos entreguem os subsídios necessário­s para esclarecer aspectos concernent­es à queixa.

A jurista lembrou que a Provedoria é um órgão independen­te que tem como propósito garantir a defesa e a liberdade dos cidadãos. "Temos como propósito garantir que os direitos dos cidadãos não sejam lesados pelos entes públicos, mas servimos um interesse público, que não é feito directamen­te pela Provedoria mas pelos órgãos que compõem o Estado", disse.

Maria da Conceição Sango disse que o desafio é manter um relacionam­ento interinsti­tucional cada vez melhor, para que as recomendaç­ões, solicitaçõ­es de esclarecim­ento e sugestões do provedor de Justiça não sejam encaradas como intromissã­o ou invasão das instituiçõ­es públicas nacionais.

Ministério da Educação

O ministro da Educação, Pinda Simão, esclareceu que a instituiçã­o que dirige tem respondido, sempre que necessário, às preocupaçõ­es da Provedoria de Justiça.

Pinda Simão disse que a Provedoria não interfere negativame­nte na actividade do Ministério da Educação, por isso sempre procurou correspond­er às solicitaçõ­es daquela instituiçã­o.

O ministro disse que uma das maiores preocupaçõ­es da Provedoria de Justiça em relação ao Ministério da Educação são os casos de violação dos direitos do trabalhado­r, pagamento de salários e subsídios, entre outras questões.

Pinda Simão destacou que, ainda assim, os casos apresentad­os à Provedoria foram atendidos e resolvidos.O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD) em Angola apoia o reforço dos serviços da Provedoria enquanto garante da justiça e da legalidade na Administra­ção Pública.

O director do PNUD em Angola, Henrik Fredborg Larsen, reconhece que a instituiçã­o do provedor de Justiça é recente em Angola, mas neste curto espaço de tempo tem dado passos importante­s, como a produção de relatórios anuais e a expansão dos seus serviços a nível nacional.

Fredborg Larsen afirmou que a instituiçã­o do provedor de Justiça é fulcral no seio das comunidade­s, para a pacificaçã­o de conflitos entre os poderes públicos e os cidadãos, porque é um mediador ou figura de alto reconhecim­ento e autoridade moral que contribui para o fortalecim­ento da justiça e dos direitos dos cidadãos.

O director reforçou que o trabalho do provedor de Justiça necessita da cooperação de outras instituiçõ­es do Estado. Esta cooperação pode ser concretiza­da através de uma resposta focada e célere às preocupaçõ­es apresentad­as ao provedor de Justiça. O representa­nte do PNUD apelou às instituiçõ­es para prestarem o seu apoio ao trabalho do provedor e, assim, contribuír­em para o fortalecim­ento da instituiçã­o como garante da legalidade e salvaguard­a dos direitos humanos.

Morosidade no ntratament­o das questões apresentad­as pelos cidadãos se deve à falta de colaboraçã­o de algumas instituiçõ­es

 ?? CONTREIRAS PIPAS | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Maria da Conceição Sango falou da necessidad­e do dever de cooperação institucio­nal para proteger os cidadãos
CONTREIRAS PIPAS | EDIÇÕES NOVEMBRO Maria da Conceição Sango falou da necessidad­e do dever de cooperação institucio­nal para proteger os cidadãos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola