Autores de massacres foram condenados
Oito militares congoleses foram condenados na quinta-feira a penas que vão de 12 meses à prisão perpétua pela morte de civis em Kasai, no centro da República Democrática do Congo (RDC), informou o advogado de defesa dos réus, citados pela agência AFP.
O tribunal militar de Mbuji-Mayi julgou nove militares, tendo condenado dois a 20 anos, três a 15 anos e um a 12 meses de prisão, disse Jimmy Bashile, advogado dos acusados.
Dois militares em fuga foram condenados a prisão perpétua e o nono foi absolvido. Os militares em fuga e os condenados a 20 e 15 anos de prisão foram julgados pelo crime de homicídio.
O soldado sentenciado a 12 meses teve essa condenação por omissão ao dever de denúncia de um crime cometido por um agente militar. Estes soldados foram inicialmente acusados de “crimes de guerra” na região onde o Exército está envolvido numa operação contra a rebelião Kamwina Nsapu do líder tribal morto em Agosto de 2016, depois de se ter revoltado contra o Governo congolês.
A descoberta do crime foi obtida através da exibição de um vídeo filmado na aldeia de Mwanza Lomba (Kasai-Oriental) que mostra uma cena de massacre de civis armados com paus pelos soldados e largamente partilhada nas redes sociais.
O tribunal abandonou posteriormente a acusação de “crimes de guerra” por não reter a infracção de “morte”. Desde Setembro de 2016, o Kasai é abalado por actos de violência mortífera que envolve as milícias, soldados e polícias, que já causou mais de 3.000 mortos, segundo a Igreja católica, e 1,3 milhões de deslocados. A comunidade humanitária manifestou esta semana preocupação com a situação sanitária na localidade de Fizi, no Kivu-Sul, confrontada desde 29 de Junho com actos de violência entre milícias e elementos das Forças Armadas Congolesas, segundo as Nações Unidas.