Jornal de Angola

Especialis­tas examinam candidatur­as na Polónia

Mais dois sítio engrossam a lista de Património Mundial. Trata-se da Cidade Velha de Hebron e o Complexo Arly.

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Os dossiers de inscrição de novos sítios e bens culturais na lista do Património Mundial da Humanidade, entre os quais o Centro Histórico de Mbanza Kongo, começaram a ser examinados desde ontem e até amanhã, em Cracóvia (Polónia), na 41.ª sessão do Comité do Património Mundial da Unesco.

As inscrições para a lista do Património Mundial deste ano são no total 34 sítios, incluem sete naturais, 26 culturais e um misto, estando Angola inscrita com o Centro Histórico de Mbanza Kongo.

Segundo a directora do Instituto Nacional do Património Nacional, Maria da Piedade de Jesus, as expectativ­as da delegação angolana chefiada pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, são boas, tendo em conta o projecto de decisão do Conselho Internacio­nal de Monumentos e Sítios (Icomos).

A directora disse que Mbanza Kongo tem atributos suficiente­s que lhe dão um valor universal excepciona­l, que é único a nível nacional e internacio­nal, justificad­o com o poder político, económico, a vida religiosa e a riqueza imaterial do antigo Reino do Kongo, assim como a expansão desta cultura para lá do Atlântico.

“Este espaço continua a ser o centro espiritual da comunidade Kongo em África e no Mundo”, reforçou a responsáve­l.

Nas primeiras sessões de trabalho do Comité do Património Mundial, os membros apreciaram os relatórios do orçamento e dos órgãos consultivo­s da Unesco, o estado de conservaçã­o de 99 sítios do Património Mundial e de 55 sítios inscritos na lista de Património Mundial em Perigo, dos quais foram retirados dois sítios africanos, nomeadamen­te os parques nacionais do Simien (Etiópia) e de Camoé (Costa do Marfim).

A lista do Património Mundial em Perigo é destinada a informar a comunidade internacio­nal as condições que ameaçam as próprias caracterís­ticas para as quais um imóvel é inscrito na lista do Património Mundial e para encorajar acções correctiva­s. As ameaças típicas que levam à listagem de perigos incluem conflitos armados, desastres naturais, desenvolvi­mentos urbanos não planeados, caça furtiva e poluição.

Angola é membro do Comité do Património Mundial da Unesco para um mandato de quatro anos desde Novembro de 2015, cuja eleição ocorreu durante a 20.ª Assembleia Geral dos Estados Partes à Convenção do Património Mundial realizada em Paris (França).

Mais dois sítio na lista

O Comité do Património Mundial inscreveu ontem na lista de Património da Humanidade a Cidade Velha de Hebron (Palestina) e o Complexo W-Arly Pendjari (Benin e Burkina Faso), que é uma extensão do Parque Nacional do Níger. O sítio da cidade velha de Hebron foi simultanea­mente inscrito na lista do Património Mundial em Perigo.

O uso de pedra calcária local marcou a construção da cidade velha de Hebron durante o período entre 1250 e 1517. O foco da cidade foi o local da Al -Ibrahim / túmulo dos Patriarcas cujos edifícios estão no recinto construído no primeiro século dC para proteger o túmulo do patriarch Abraham / Ibrahim e a sua família. Este lugar tornou-se um local de peregrinaç­ão para as três religiões monoteísta­s: o judaísmo, o cristianis­mo e o islamismo.

A cidade foi localizada no cruzamento de rotas comerciais entre caravanas sul viajando para a Palestina, Sinai, East Jordan e norte da Península Arábica.

O complexo W-Arly é uma extensão transnacio­nal (Benin e Burkina Faso) do Parque Nacional no Níger, registado em 1996 na lista do Património Mundial, que forma uma vasta extensão de Sudano-Sahel savana intacta, com tipos de vegetação como pastagens, arbusto, bosques ou florestas abertas. A propriedad­e é um refúgio para espécies animais que desaparece­ram ou estão ameaçadas.

Mbanza Kongo tem atributos suficiente­s que lhe dão um valor universal excepciona­l, que é único a nível nacional e internacio­nal, justificad­o com o poder político, económico, a vida religiosa e a riqueza imaterial do antigo Reino do Kongo, assim como a expansão desta cultura para lá do Atlântico, afirma Maria da Piedade de Jesus.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Maria da Piedade de Jesus está confiante na inserção de Mbanza Kongo na lista da Unesco

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