O fim da mão estendida
A crise económica que o país está a atravessar, provocada pela baixa do preço do petróleo, afecta igualmente o sector desportivo e as direcções das federações nacionais encontram sérias dificuldades para concretizarem os projectos gizados e honrarem os seus compromissos internacionais.
No meio de tantas dificuldades, é preciso que os dirigentes comecem a olhar para a gestão desportiva de forma diferente, deixando de ter permanentemente a “mão estendida” à espera das dotações orçamentais do Estado, que estão a minguar a cada ano que passa. Alguns dirigentes, muito poucos, têm sabido contornar as dificuldades com o recurso a parcerias com empresas e patrocínios para honrarem, principalmente, os compromissos internacionais. Outros preferem ficar à espera do dinheiro do Estado e quando este não cai nas suas contas partem para a choradeira, algumas vezes exagerada, na imprensa, como forma de pressionar a entidade do Governo que gere os valores colocados à disposição do desporto. Vários são os compromissos internacionais que não foram honrados, por força da falta de verbas, principalmente divisas.
Aplaude-se, desta tribuna, o anúncio do dirigente máximo do olimpismo angolano, que a entidade vai passar a autofinanciar os seus projectos, criando soluções empresariais para ter fontes de financiamento diversificadas, apostando igualmente no marketing para atrair mais patrocinadores. Aliás, Gustavo da Conceição considera que este é o caminho a seguir pelo desporto no geral, porque “o futuro vai determinar isso”. Caso as federações e outras entidades ligadas ao sector mantenham a postura da dependência do OGE, o desporto “ou desequilibra-se e pode desmoronar-se e em algumas áreas de forma irreversível”, disse o presidente do COA.
É, pois, urgente que os líderes, nestes tempos , tenham soluções empresariais, consigam patrocinadores, vendendo-lhes os seus produtos ou marcas, para deste modo criarem outras fontes de financiamento.