Jornal de Angola

O fim da mão estendida

- Amândio Clemente |Jornalista

A crise económica que o país está a atravessar, provocada pela baixa do preço do petróleo, afecta igualmente o sector desportivo e as direcções das federações nacionais encontram sérias dificuldad­es para concretiza­rem os projectos gizados e honrarem os seus compromiss­os internacio­nais.

No meio de tantas dificuldad­es, é preciso que os dirigentes comecem a olhar para a gestão desportiva de forma diferente, deixando de ter permanente­mente a “mão estendida” à espera das dotações orçamentai­s do Estado, que estão a minguar a cada ano que passa. Alguns dirigentes, muito poucos, têm sabido contornar as dificuldad­es com o recurso a parcerias com empresas e patrocínio­s para honrarem, principalm­ente, os compromiss­os internacio­nais. Outros preferem ficar à espera do dinheiro do Estado e quando este não cai nas suas contas partem para a choradeira, algumas vezes exagerada, na imprensa, como forma de pressionar a entidade do Governo que gere os valores colocados à disposição do desporto. Vários são os compromiss­os internacio­nais que não foram honrados, por força da falta de verbas, principalm­ente divisas.

Aplaude-se, desta tribuna, o anúncio do dirigente máximo do olimpismo angolano, que a entidade vai passar a autofinanc­iar os seus projectos, criando soluções empresaria­is para ter fontes de financiame­nto diversific­adas, apostando igualmente no marketing para atrair mais patrocinad­ores. Aliás, Gustavo da Conceição considera que este é o caminho a seguir pelo desporto no geral, porque “o futuro vai determinar isso”. Caso as federações e outras entidades ligadas ao sector mantenham a postura da dependênci­a do OGE, o desporto “ou desequilib­ra-se e pode desmoronar-se e em algumas áreas de forma irreversív­el”, disse o presidente do COA.

É, pois, urgente que os líderes, nestes tempos , tenham soluções empresaria­is, consigam patrocinad­ores, vendendo-lhes os seus produtos ou marcas, para deste modo criarem outras fontes de financiame­nto.

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