Grupo Estado Islâmico é derrotado em Mossul
Primeiro-ministro iraquiano visitou ontem a cidade que estava em mãos dos extremistas desde Junho de 2014
As Forças Armadas
iraquianas anunciaram ontem a libertação completa de Mossul do Estado Islâmico, impondo pesadas baixas aos rebeldes islamitas.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, que ontem mesmo chegou àquela região, declarou que o 'falso Estado' do Estado Islâmico chegou ao fim.
Num comunicado divulgado na comunicação social, Al-Abadi felicitou o Exército, a polícia e o povo pela “grande vitória” alcançada sobre os rebeldes do Estado Islâmico.
Al- Abadi anunciou a derrota final do EI após vários representantes militares terem antecipado desde sábado que o fim dos extremistas estaria iminente.
Após felicitar as forças de segurança, Abadi dirigiu-se à sede da Polícia Federal onde manteve encontro com os principais comandantes e militares das diferentes unidades que participam na operação que dura há nove meses. O chefe do Governo iraquiano ouviu “explicações detalhadas” das acções militares e dos próximos passos a serem dados para neutralizar bolsas residuais de grupos extremistas.
O Estado Islâmico prometeu sábado passado “lutar até à morte” em Mossul, ao mesmo tempo em que vários comandantes militares do Exército iraquiano afirmavam que a cidade estava prestes a ser libertada.
Centenas de soldados iraquianos comemoraram entre os destroços nas margens do rio Tigre, sem esperar uma declaração formal de vitória, alguns dançavam ao som da música que tocava num camião e com disparos para o ar. O clima estava menos festivo, no entanto, entre os aproximadamente um milhão de habitantes de Mossul deslocados por meses de combates, muitos dos quais a viver em acampamentos no lado de fora da cidade, com pouca protecção do intenso calor do Verão.
Nas primeiras horas de sábado, um porta-voz militar disse que as linhas de defesa dos rebeldes tinham-se rompido, segundo uma emissora de televisão estatal.
“Estamos nos últimos metros e a vitória final será anunciada”, disse uma apresentadora, ao citar correspondentes entre as forças de segurança que combatiam no reduto do Estado Islâmico na Cidade Velha, próximo ao rio Tigris.
A coligação liderada pelos Estados Unidos forneceu apoio aéreo e terrestre na campanha de oito meses para recuperar Mossul, de longe a maior cidade tomada pelo Estado Islâmico, em 2014.
Há quase três anos, o líder do grupo extremista Abu Bakr al-Baghdadi declarou, de Mossul, um “califado”, que juntava partes do Iraque e da Síria.
Cessar-fogo no sul da Síria
O cessar-fogo acordado entre a Rússia e os Estados Unidos entrou ontem em vigor em três províncias do sul da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“A situação é, no geral, calma nas frentes de combate nas províncias de Daraa, Quneitra e Suweida”, declarou à AFP Rami Abdel Rahman, director do OSDH. De acordo com o dirigente, “os combates entre os rebeldes e as forças pró-governamentais pararam ontem de manhã, tendo-se registado apenas alguns tiros de morteiros disparados pelas forças governamentais contra posições rebeldes”.
Os envolvidos no conflito não fizeram qualquer anúncio sobre esta trégua. Damasco havia decretado um cessarfogo unilateral de alguns dias na segunda-feira no sul do país, a coincidir com a realização de negociações com os rebeldes em Astana, capital do Cazaquistão.
Na sexta-feira, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, anunciou à margem da cimeira do G20 que os Presidente russo, Vladimir Putin, e americano, Donald Trump, haviam acordado um cessar-fogo a partir deste domingo no sul da Síria.
O acordo abrange as províncias de Daraa, Suweida e Quneitra, onde violentos confrontos foram travados nas últimas semanas entre as forças pró-Governo e grupos rebeldes.
Estas províncias estão entre as “áreas de segurança” do plano concluído em Maio entre a Rússia e o Irão, aliados de Damasco, e a Turquia, que apoia os rebeldes.
Numa primeira etapa, “a segurança em torno desta área será assegurada pelas forças e meios da polícia militar russa em coordenação com os jordanianos e americanos”, disse Serguei Lavrov.
Centenas de soldados comemoraram entre os destroços nas margens do rio Tigre, sem esperar uma declaração formal de vitórias das autoridades governamentais