Mbanza Kongo deve ser um santuário em África
O Bispo de Mbanza Kongo considerou a elevação como Património Mundial uma via para o turismo religioso
O Bispo da
Diocese de Mbanza Kongo, Dom Carlos Kiaziku, considerou, ontem, a elevação a Património Mundial como proeza, capaz de transformar a capital do Zaire num verdadeiro santuário a nível da África subsahariana.
Dom Carlos Kiaziku, que falava à imprensa, referiu que a designação de Mbanza Kongo como Santuário de África vem expressa a propósito de adequar a capital da província do Zaire como local preferencial dos religiosos de santidade, passarem, doravante realizar as suas peregrinações de forma regular.
“Antes de mais deixe-me manifestar a minha grande alegria por este acontecimento. Estamos de parabéns, como habitantes do Zaire, cuja capital é Mbanza Kongo, hoje elevada como Património Mundial”.
“O reino do Kongo foi o mais conceituado da África a sul do equador. Certamente, poderão conhecer as ruínas do Kulumbimbi, a primeira Sé Catedral, e reviver a história de Kimpa Vita, lançada viva na fogueira, por reivindicar o fim da escravatura em África”.
O bispo católico acha existirem muitos factores que permitem fazer com que Mbanza Kongo seja verdadeiramente apurada como um santuário para os cristãos, políticos, historiadores, sociólogos e antropólogos, por ser detentor de um grande processo de humanização da civilização africana.
“Com este legado, a nossa cidade vai ser um lugar onde milhares de pessoas deverão procurar conhecer e viver da fonte histórica, por ser legado para toda a África. É nosso dever agradecermos todos aqueles que de uma forma directa ou indirecta contribuíram para que o almejado sonho se tornasse agora uma realidade, que é ter Mbanza Kongo como património mundial” afirmou o Bispo católico, para quem os seus agradecimentos são extensivos aos funcionários da Direcção Provincial da Cultura, aos estudantes e investigadores, antropólogos e habitantes, que apoiaram, moralmente, todo o processo de candidatura.
Turismo religioso
Para Dom Carlos Kiaziku, o turismo religioso em si, vai massificar-se. Citou as ruínas do Kulumbimbi, que acaba por ser o lugar e monumento mais visível que a província herda do antigo reino do Kongo. O bispo elogiou a sociedade e chamou à atenção para não ficar presa apenas com aquele passado. Pediu a participação de toda a sociedade naquilo que for possível fazer para salvaguardar as fontes históricas, a recuperação de monumentos históricos ainda visíveis, "é muito importante". Lembrou a sua passagem pela Europa, onde viveu vários anos, na Itália, país que obtém receitas de monumentos históricos da antiga civilização. O prelado falou igualmente da necessidade de se multiplicarem as acções de sensibilização nas escolas e no seio familiar para preservar os valores comuns da região. Defendeu que toda a sociedade deve rever-se neste processo de respeito, preservação dos bens e a divulgação. “Não podemos destruir tudo quanto vale para o bem da sociedade”, observou.
Com este reconhecimento, disse, Mbanza Kongo vai ter, tão logo sejam criadas as condições, uma série, não apenas de turistas, mas de investigadores, estudiosos e não só. Reconhceu a necessidade de serem construídos mais hotéis, melhorar a estrutura do Museu, ter intérpretes e outras pessoas preparadas para colher todas as visitas que acorram à cidade. "Há muito trabalho por se fazer, nós devemos ser os primeiros a fazer e não esperar os estrangeiros”, apelou.
O bispo católico acha existirem muitos factores que permitem fazer com que Mbanza Kongo seja verdadeiramente apurada como um santuário para os cristãos, políticos, historiadores, sociólogos e antropólogos