Jornal de Angola

Quebra de sigilo marca conferênci­a dos 100 dias de gestão

Administra­ção do BPC afirma que o sigilo bancário é um “pilar sagrado”

- Rodrigues Cambala

O presidente do Conselho de Administra­ção e da Comissão Executiva do BPC afirmou ontem, em Luanda, que a sua instituiçã­o não compactua com a quebra de sigilo bancário e actuações indevidas. Ricardo de Abreu referiu-se ao vazamento de uma lista de clientes devedores do BPC durante uma conferênci­a de imprensa que marcou os primeiros 100 dias de gestão do maior banco público angolano.

O número um do BPC reafirmou que o sigilo bancário é um dos pilares sagrados e “mesmo não conhecendo a origem da informação colocada a circular, a administra­ção fará tudo para impedir que situações desta natureza se repitam, para proteger a actividade e o negócio do banco.”

Sobre o resultado do processo de saneamento e restrutura­ção, o Conselho de Administra­ção do BPC promete recuperar os prejuízos registados no exercício de 2016. Em termos de confiança dos clientes, assinalou, os indicadore­s do banco registaram um cresciment­o do valor de depósitos em 12,1 por cento, enquanto o cresciment­o do activo líquido é de 26,2 por cento.

A confiança dos acionistas registou um reforço dos fundos próprios em 26 por cdento. 9. Ricardo Abreu falou do plano de recapitali­zação do BPC, que registou um aumento de capital por subscrição de accões ordinárias pelos accionista­s no valor de 90 mil milhões de Kwanzas.

Venda do malparado

Ricardo de Abreu falou também do malparado. Segundo o presidente do BPC, o crédito problemáti­co ultrapassa os 500 mil milhões de kwanzas, metade do qual será vendido à Recredit, instituiçã­o financeira totalmente dominada por capitais públicos, criada para a aquisação do crédito malparado da banca angolana.

O montante que foi definido, disse, não pressupõe que depois a Recredit não tenha outras dotações para conseguir alargar a sua actividade a nível do sistema bancário nacional. “Do ponto de vista do BPC nós sabemos exactament­e o valor, pela emissão especial feita em Dezembro de 2016, de 231 mil milhões de kwanzas”, lembrou.

Segundo o número um do BPC, estão em curso negociaçõe­s entre o BPC e a Recredit no sentido de se identifica­r, no crédito malparado do banco, activos para serem vendidos àquela empresa que foi inicialmen­te criada para adquirir o crédito problemáti­co do BPC, mas que acabou por ser alargada para toda a banca angolana.

Em termos de confiança dos clientes os indicadore­s do banco registaram um cresciment­o do valor de depósitos em 12,1 por cento, enquanto o cresciment­o do activo líquido é de 26,2 por cento

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO

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