Euclides da Lomba satisfeito com a decisão
A elevação da cidade de Mbanza Kongo a Património Mundial deve ser motivo de orgulho para todos os angolanos
Os angolanos devem orgulhar-se por a cidade de Mbanza Kongo ter sido elevada a Património Mundial, afirmou, ontem, em Cabinda, o secretário provincial da Cultura, Euclides da Lomba. Em declarações à Angop, Euclides da Lomba sublinhou que os angolanos estão profundamente satisfeitos por esse momento histórico conquistado com a indicação da cidade de Mbanza Kongo como Património Cultural Mundial.
“Temos que reconhecer o empenho de todos os quadros e técnicos do Ministério da Cultura que, de forma directa, desempenharam todo o seu saber para que fosse possível esta conquista, assim como todas as individualidades singulares nacionais e internacionais que durante muitos anos lutaram para que esse sonho fosse realidade e que, hoje, sem dúvida faz de Angola uma referência mundial”, disse.
Munícipes satisfeitos
Na capital do Zaire, a notícia provocou um sentimento de euforia e satisfação aos munícipes de Mbanza Kongo, que acreditam que este marco pode trazer enormes vantagens para a localidade e fomentar o turismo cultural na região.
A ex-administradora municipal de Mbanza Kongo, Isabel Nlandu Morena, disse que começa, agora, a verdadeira responsabilidade do Estado angolano e dos munícipes de Mbanza Kongo para demonstrarem ao mundo o valor desta localidade.
“Os especialistas cumpriram com o seu papel, agora é a vez de os munícipes assumirem, com responsabilidade, a sua parte na preservação e conservação do sítio, sob pena de sermos surpreendidos, no futuro, com a decisão de sua exclusão da lista da Unesco”, alertou.
O estudante universitário João Garcia Kitas disse que a elevação a Património Mundial dá respaldo ao seu valor histórico e cultural excepcional, por tudo o que representa sobre o passado centro político e administrativo dos soberanos do Kongo.
Segundo o estudante, “a bola está agora com os angolanos”, que devem assumir um papel activo na conservação e preservação do património ora reconhecido.
“Torna-se fundamental educar a população local a valorizar e preservar este sítio, que agora passa a ser universal”, advogou.
Simão Kiabanza, também estudante universitário, disse que esperava a inscrição da cidade de Mbanza Kongo pela Unesco, por todo o trabalho realizado pelas equipas científicas que trabalharam para o efeito.
O jovem Nsialeka Eduardo espera maior responsabilidade das autoridades angolanas no cumprimento de recomendações da Unesco, no ponto de vista da preservação, divulgação e da criação de condições para o acolhimento de visitantes.
O professor Álvaro Melandua considera este marco inesquecível para os habitantes locais, tendose comprometido a colaborar na valorização do património histórico-cultural da região.
No mês em que a cidade de Mbanza Kongo foi elevada à categoria de Património Mundial, o cantor Moix Poster vai lançar, dia 22, o seu primeiro trabalho discográfico intitulado “O melhor da banda”, tendo afirmado que vai ser uma das formas de festejar a decisão da UNESCO.
Moix Poster, também estudante universitário, informou que os artistas terão mais motivos de inspiração para comporem músicas que narre a história da capital.
Deu a conhecer que o disco foi gravado em Luanda e comporta oito faixas musicais, que retratam feitos da vida quotidiana da capital da província do Zaire.
Numa primeira fase, foram produzidas 100 cópias, que vão ser vendidas no acto de lançamento. O artista realçou que o sonho de gravação do disco só foi possivel concretizar graças ao apoio recebido de pessoas mais próximas. Começou a sua carreira em 2007, em Luanda, inspirado por alguns artistas nacionais de estilos kuduro e afro-house. Moix Poster é nome artístico de Moisés Luyindula, e defende que haja mais promoção de espectáculos musicais de ritmos da região de Mbanza Kongo, com cantores da nova geração, de modo a descobrir a criatividade dos jovens da província.
A inscrição do Centro Histórico de Mbanza Kongo foi votada por unanimidade pelos membros do Comité do Património Mundial, reunidos na República da Polónia.
A exadministradora municipal de Mbanza Kongo disse que começa, agora, a verdadeira responsabilidade do Estado angolano e dos munícipes de Mbanza Kongo