Jornal de Angola

ÓRGÃO REGULADOR

Tarifas e subvenções de energia e água em discussão

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As tarifas, os custos e os procedimen­tos de atribuição de subvenções no sector de energia e águas levaram, na última semana, o conselho directivo do Instituto de Preços e Concorrênc­ia (IPREC) a reunir com o Instituto Regulador do Sector da Energia e Águas (IRSEA) e demais parceiros deste sector.

A reunião, que teve lugar na sede do IPREC, pautou pela concretiza­ção da meta macroeconó­mica sobre a optimizaçã­o dos subsídios aos preços. O encontro teve como base a observação das tarifas vigentes às condições das populações mais desfavorec­idas, os custos do sector e os índices de benchmarki­ng (avaliação comparativ­a) da região da SADC (Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral). Além disso, foram partilhado­s os tópicos relevantes do sector que seriam apreciados pelo Conselho Nacional de Preços (CNP).

Relativame­nte às tarifas da água canalizada e da energia eléctrica, foi debatida e realçada a necessidad­e de actualizaç­ão e o seu papel na optimizaçã­o dos subsídios, respeitand­o o equilíbrio necessário entre o aumento gradativo da tarifa e a redução correspond­ente dos custos, com vista a atingir os níveis da SADC.

No que respeita aos procedimen­tos de atribuição de subvenções ao preço das empresas operadoras, foi realçado o respeito pela legislação vigente, nomeadamen­te, a Lei Quadro do Orçamento Geral do Estado n.º 15/10, de 14 de Julho, o Código Fiscal Angolano, o Decreto n.º 39/09, de 17 de Agosto, e o Decreto 77/16.

Neste sentido, foi abordada a necessidad­e do estabeleci­mento de tarifas compatívei­s ao nível social e económico dos consumidor­es, ao mesmo tempo que se garantem as condições de identifica­ção e rastreamen­to dos beneficiár­ios e se delineiam estratégia­s para a atribuição de subsídios directos.

A reunião terminou com a análise da proporcion­alidade de preços internos e uma abordagem às principais propostas de tarifas e preços dos bens e serviços, em regime de preços fixados e vigiados, recomendad­as para a apreciação do Conselho Nacional de Preços.

No encontro estiveram presentes as empresas operadoras PRODEL (Empresa Pública de Produção de Electricid­ade), RNT (Rede Nacional de Transporte de Electricid­ade), ENDE (Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Energia) e EPAL (Empresa Provincial de Águas de Luanda), todas as Empresas Públicas (EP), que procederam a uma análise aprofundad­a das tarifas, custos e procedimen­tos de atribuição de subvenções.

Em Abril, os custos de produção e preços da energia e águas passaram na mesa do regulador do sector. No intuito de avaliar os componente­s da estrutura de custos das empresas de sector de energia e águas, membros do conselho directivo do Instituto de Preços e Concorrênc­ia visitaram, a 20 de Abril, o Instituto Regulador do Sector de Energia e Águas (IRSEA), na qualidade de supervisor das empresas dos dois sectores.

A visita teve como objectivo verificar os elementos de composição das tarifas praticadas pelas empresas ENDE, EPAL e Águas do Lobito e Benguela e a necessidad­e de subsídios aos preços reclamados pelo sector.

O director-geral do IPREC, António da Cruz Lima, que chefiou a delegação disse na altura ter analisado os elementos técnicos e financeiro­s das empresas, como a estrutura de capital, os investimen­tos e suas amortizaçõ­es, assim como o quadro de pessoal e as tabelas salariais das empresas, tendo como referência entidades congéneres de energia e águas da região SADC.

O responsáve­l enfatizou que o encontro com o Instituto Regulador enquadrous­e na orientação do Executivo para a optimizaçã­o dos subsídios, mediante a harmonizaç­ão de tarifas com a redução de custos.

O tarifário em vigor, os modelos de facturação por medição ou estimativa, a eficácia e detalhe das cobranças domiciliad­as ou por pré-pagamento, bem como as dívidas das empresas por operarem sob preços fixados, foram avaliadas durante a visita, para serem submetidas à apreciação dos membros do Conselho Nacional de Preços, nos termos do Decreto Presidenci­al 206/11, de 29 de Julho, que define o Sistema Nacional de Preços e institui o referido Conselho que assessora o Ministro das Finanças, enquanto autoridade de preços do país.

Reguladore­s querem o equilíbrio necessário entre o aumento gradativo da tarifa da electricid­ade e a correspond­ente redução dos custos para atingir os níveis dos países da África Austral

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Operadores do sector delineiam estratégia­s para a atribuição de subsídios directos

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