Jornal de Angola

Valor resultante da taxa é considerad­o “pouco”

Governo da Província está insatisfei­to com arrecadaçã­o de receitas e apela à cultura de pagamento dos impostos

- Nilza Massango |

O valor arrecadado com a cobrança da taxa de saneamento e limpeza na província de Luanda ainda é diminuto e não satisfaz o esperado, disse ontem Sebastião José, à saída de uma reunião do Governo Provincial, que abordou o relatório de actividade­s do primeiro semestre deste ano.

Sebastião José, que foi porta-voz da reunião, que serviu também para fazer o ponto de situação sobre o pagamento da taxa do lixo, não revelou o montante do "pouco valor" arrecadado.

Sebastião José referiu que a cobrança continua, mas é preciso que a base de dados seja alargada e mais famílias compartici­pem, assim como as empresas e condomínio­s.

“Pela via da ENDE, só paga a taxa do lixo quem é cliente, consumidor de energia eléctrica. A província de Luanda cresceu exponencia­lmente e muitos não pagam energia”, disse, para acrescenta­r que o Governo Provincial continua a trabalhar para que o valor arrecadado com o pagamento da taxa seja algo considerad­o como ponto de alívio para o Orçamento Geral do Estado.

Sebastião José adiantou que, de uma forma geral, todos os que recebem a factura pagam, apesar de ainda haver algumas dificuldad­es em fazer chegar facturas às empresas cujos endereços não estão bem referencia­dos na base de dados.

O porta-voz disse que o Governo da Província de Luanda continua a sensibiliz­ar os munícipes, empresas e condomínio­s, que beneficiam de energia eléctrica, para que se mostrem disponívei­s a pagar e a receber as facturas de cobrança, pois só desta forma é que se pode ter um sistema de recolha de lixo bem afinado e assim pagar as empresas que operam na recolha.

Sebastião José explicou que a taxa de cobrança do saneamento e limpeza de Luanda foi instituída para procurar aliviar ou diminuir, o máximo possível, os encargos que o Orçamento Geral do Estado tem com a recolha dos resíduos sólidos. “Hoje, podemos dizer que ainda não é grande essa contribuiç­ão dos cidadãos, por via do pagamento da taxa.

Existem dois modos de cobrança, um anexado à factura da ENDE, para os munícipes, e outro, a entrega directa da factura aos grandes pagadores, por parte de órgãos competente­s do Governo Provincial de Luanda. Sobre as informaçõe­s a respeito de áreas de alguns municípios em que os cidadãos não pagam, o porta-voz da reunião esclareceu que se a ENDE alargar a rede de distribuiç­ão e, consequent­emente, a base de clientes, automatica­mente cresce o número de pagadores da taxa de lixo. Cultura de pagamento Face ao insignific­antevalor arrecadado com a cobrança da taxa pelo serviço da recolha de lixo, o governador provincial de Luanda, Higino Carneiro, defendeu a necessidad­e do cidadão ter a cultura do pagamento de impostos. “Sabendo nós das dificuldad­es do Governo em cumprir com os compromiss­os referentes ao pagamento deste serviço, foi decidido que o cidadão pudesse compartici­par de forma positiva, com um valor mínimo”, disse.

Para ele, os cidadãos não pagam por indisponib­ilidade, mas por falta de hábito, e considerou ser necessário criar essa cultura “para as coisas correrem o seu curso normal”.

Por outro lado, o governador orientou que o relatório de actividade­s e de contas do GPL deve estar preparado para ser entregue com antecedênc­ia às estruturas centrais do Executivo.

Participar­am do encontro, que decorreu a porta fechada, directores das diversas áreas do Governo provincial.

Com mais de seis milhões de habitantes, fazem parte da província de Luanda os municípios de Luanda, Cacuaco, Cazenga, Viana, Belas, Talatona, Quiçama e Icolo e Bengo.

O Governo Provincial continua a trabalhar para que o valor arrecadado com o pagamento da taxa seja algo considerad­o como ponto de alívio para o Orçamento Geral do Estado

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DOMBELE BERNARDO | /FOTÓGRAFO Cidadãos são chamados a contribuir para o pagamento às empresas de recolha do lixo

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