Jornal de Angola

Biocom produz em 12 dias 3,85% do previsto

A safra deve processar na unidade agro-industrial de Cacuso 601 mil toneladas de cana-de-açúcar

- Armando Estrela

A Companhia de Bioenergia de Angola Lda (Biocom) produziu de 29 de Junho a 10 de Julho, no Pólo Agro-industrial de Capanda, em Cacuso, província de Malanje, um total de 2.421 toneladas de açúcar, 650 metros cúbicos de etanol e gerou 15.109 megawatts de energia eléctrica.

A previsão de produção de açúcar na actual campanha é de 62.947 toneladas, contra as 52 mil toneladas alcançadas no ano passado. De acordo com os últimos dados da Biocom, para se atingir a meta devem ser processada­s este ano, na unidade agro-industrial da empresa, 601 mil toneladas de canade-açúcar, contra as 510 mil toneladas moídas no ano de 2016.

Além do açúcar, a Biocom deve produzir nesta safra 15.278 metros cúbicos de etanol, contra os 14.263 metros cúbicos do ano passado, e exportar 200 mil negawatts de energia eléctrica, diante dos 57 mil negawatts que correspond­em à exportação de energia de 2016.

A Companhia de Bioenergia de Angola investiu 12 milhões de dólares em novos equipament­os, para fazer face aos desafios da safra 2017/2018, que perspectiv­a um cresciment­o de 15 por cento com a produção de açúcar, em relação aos resultados do ano passado.

A empresa informa que “os investimen­tos foram necessário­s, principalm­ente, devido ao aumento da área de cana a ser colhida, que passou de 9.272 hectares, na safra 2016/2017, para 12.600 hectares na colheita actual iniciada a 29 de Junho.

A Biocom investiu também na modernizaç­ão, adquirindo novas colhedoras de cana, tractores agrícolas, equipament­os para produção de biomassa, além de outros equipament­os que auxiliam no processo de preparação do solo e plantio.

A direcção da Biocom garantiu, em finais de Junho, que os motivos do aumento nos volumes de produção prendem-se com a contínua expansão do plantio e ganhos na produtivid­ade, que são obtidos a cada ano, tanto na área agrícola como na indústria. “Os números podiam ser ainda maiores, se não fosse a seca que tivemos este ano, onde choveu 25 por cento a menos do que a média histórica. Para reduzir esse efeito, prevemos no futuro multiplica­r as variedades de cana, mais adaptadas ao clima da região e que também proporcion­em uma alta concentraç­ão de açúcar”, referiu Luís Bagorro Júnior.

“Os investimen­tos em novos equipament­os, em tecnologia de ponta e na formação de pessoas é o segredo do sucesso da Biocom”, afirmou Luís Júnior, ao assegurar que a empresa caminha para atingir as metas de produção fixadas para a fase de maturidade do projecto, na safra 2021/2022, altura em que começam a ser produzidas 256 mil toneladas de açúcar, 33 mil metros cúbicos de etanol anidro e 235 mil megawatts de energia eléctrica.

De acordo com as previsões do plano de negócios da agro-indústria, a partir da maturidade do primeiro estágio do projecto a produção anual de açúcar vai ser de 256 mil toneladas, o que equivale a cerca de 60 por cento de todo o consumo do produto no país.

Até à data, a Biocom representa o maior investimen­to privado de Angola, fora do sector petrolífer­o, e um importante activo de desenvolvi­mento nacional. Para o arranque do projecto foram investidos 750 milhões de dólares pelos três grupos associados, a Cochan (com 40 por cento), a Odebrecht Angola (com 40 por cento) e Sonangol Holdings (com 20 por cento).

A Biocom é a primeira empresa de Angola a produzir e comerciali­zar açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da biomassa. A empresa ocupa em Cacuso uma área de 81.201 hectares, das quais 70.106 hectares são agricultáv­eis e 1.095 são de preservaçã­o permanente da vegetação nativa.

Durante a safra a empresa deve produzir ainda 15.278 metros cúbicos de etanol e exportar 200 mil megawatts de energia eléctrica

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Pólo Agro-industrial de Cacuso deve produzir mais de 62 mil toneladas de açúcar

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