TAAG na rota dos objectivos
Administradores angolanos e estrangeiros da equipa anterior integram a nova comissão de gestão da companhia aérea
O processo de reestruturação da companhia aérea TAAG vai manter-se nos mesmos paradigmas, garantiu o ministro dos Transportes, Augusto Tomás.
A companhia aérea estatal angolana continua a ter a mesma identidade apesar das mudanças e pretende dar impulso às melhorias já verificadas e que têm a aprovação da opinião pública e dos passageiros
O processo de reestruturação da companhia aérea TAAG, que vinha da anterior administração, a cargo da Emirates, vai manter-se nos mesmos paradigmas, garantiu o ministro dos Transportes no acto de apresentação da comissão de gestão da empresa.
Augusto Tomás procedeu na quarta-feira à apresentação dos novos gestores, na sequência do rompimento do contrato de gestão pela Emirates, numa decisão tomada unilateralmente pela companhia aérea árabe na semana passada.
Para o ministro, os objectivos continuam a ser os mesmos que vinham da anterior administração, bem como os seus executores.
“Tudo o que era dantes está em progresso, nada vai ser interrompido, o processo de reestruturação continua”, disse o coordenador adjunto da comissão. Rui Carreira esclareceu que está formada agora uma equipa “um bocado mais reforçada, com capacidade nacional”, com o objectivo de manter os mesmos níveis de melhorias que a TAAG vinha registando.
“A equipa reforçou-se, saiu o presidente do Conselho de Administração, mas foi reforçada com mais elementos angolanos. Todos os outros administradores que faziam parte da equipa anterior, os expatriados, continuam a fazer parte desta nova equipa, todos eles sem excepção, tirando o senhor Peter Hill”, salientou.
Rui Carreira realçou que a companhia aérea estatal continua a ter a mesma identidade apesar desta mudança, pretendendo “dar impulso às melhorias que já se têm verificado”, que têm o “consenso da opinião pública e dos passageiros”.
“O mais importante é que passemos essa informação a todos, à opinião pública nacional e internacional, e os nossos trabalhadores também estão avisados do que é que se está a passar. Esta mensagem foi agora reiterada, para que se passe e que isso não traga nenhum problema no nosso dia-a-dia”, disse.
O coordenador adjunto da comissão de gestão, Rui Carreira, referiu que é alheio à TAAG o problema que a Emirates regista no repatriamento dos dividendos gerados pela operação em Angola, motivo pela qual a companhia árabe reduziu a suas frequências de voos de cinco para três semanais e abandonou a gestão da companhia angolana, assumida em 2015 com o Governo.
“Isto não acontece só com a Emirates, acontece com as outras companhias estrangeiras, que operam regularmente para Angola, para Luanda em particular. É um problema alheio à TAAG, é um problema alheio ao Ministério dos Transportes”, disse Rui Carreira.
“É um problema alheio a nós. Aliás, a TAAG também tem sido vítima dessa escassez, porque a maior parte dos nossos fornecedores são estrangeiros e que devem ser pagos com divisas. Portanto, a TAAG também está a contrair dívidas com fornecedores estrangeiros, por força dessa escassez”, acrescentou.
Segundo Rui Carreira, “o valor é elevado”, sem avançar a quantia, sublinhando que a empresa está a trabalhar para poder ultrapassar o problema e transformar a TAAG “numa companhia rentável”.
O responsável sublinhou que a decisão tomada pela Emirates em reduzir as suas frequências tem apenas motivos comerciais, estando no direito de assim proceder.
“Se eles acham que devem fazer, estão no direito de fazer, isto não tem nada a ver com a relação entre as duas companhias”, disse.
Questionado se a TAAG está a pensar cobrir o espaço deixado pela Emirates nos voos para o Dubai, Rui Carreira disse que essa questão ainda não se colocou ao nível da comissão de gestão.
O Conselho de Administração da TAAG, liderado por Peter Hill, havia sido nomeado a 15 de Setembro de 2015, mas na sequência da rescisão unilateral pela Emirates do contrato de gestão com a companhia aérea nacional, foi nomeada uma comissão “para assegurar a continuidade da actividade”, coordenada por Joaquim Teixeira da Cunha, antigo presidente da empresa.
Esta comissão de gestão passa a ter como coordenadores adjuntos Rui Carreira e Wiliam Boutler, integrando ainda Eric Kameni, Nuno Pereira, Patrick Rotsaert e Vilupa Gunatileka.
Uma nova administração para a companhia aérea de bandeira só vai ser nomeada depois das eleições gerais em Angola, agendadas para 23 de Agosto.