ONU encerra este mês bases no Kivu-Norte
Medida está enquadrada na decisão de reduzir o número de capacetes azuis em todas as missões
A Missão da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) anunciou na quartafeira em Kinshasa o encerramento de cinco das suas bases situadas na província do Kivu-Norte, noticiou a AFP.
Esta medida enquadra-se na aplicação da decisão do Conselho de Segurança da ONU de reduzir progressivamente o número de capacetes azuis, de 19.815 efectivos para 16.215.
“No quadro da sua mudança do modo operacional, a MONUSCO vai encerrar, a partir do dia 31 de Julho, cinco bases localizadas nos territórios de Walikale, Masisi e Lubero, no Kivu-Norte”, refere um comunicado desta Missão, que cita o seu chefe, Maman Sidikou.
Segundo o documento, “o novo dispositivo operacional consiste em privilegiar a mobilidade e a flexibilidade das intervenções militares, que consiste em patrulhamentos de demonstrações de presença, vigilância aérea e desdobramento rápido em caso de incidente de segurança”.
O documento indica que este novo dispositivo operacional já está a ser aplicado na região do Kasai e exorta as comunidades a transmitirem à Missão de paz da Organização das Nações Unidas (MONUSCO) todas as informações ligadas à segurança.
Presente na RDC desde 1999, a MONUSCO é a mais importante e a mais onerosa missão de manutenção de paz das Nações Unidas, com mais de 19 mil capacetes azuis incluindo agentes da Polícia e observadores militares, no Leste do país e em Kinshasa.
Desde 2013, os capacetes azuis têm por missão neutralizar os diferentes grupos armados, nacionais e estrangeiros, no Leste do Congo, e são autorizados a realizar acções ofensivas.
Foi assim que a MONUSCO apoiou, entre Outubro e Novembro de 2012, as Forças Armadas Congolesas contra as acções da rebelião do M23, última força rebelde maioritariamente de etnia tutsi, apoiada pelo Ruanda e o Uganda.
O Leste do Congo, particularmente as províncias do Kivu-Norte e KivuSul vivem, há mais de 20 anos, conflitos armados protagonizados por vários grupos de milícias.
Burkinabes deixam Darfur
O Governo do Burkina Faso iniciou a retirada definitiva do seu contingente de capacetes azuis de Darfur, no oeste do Sudão, para defender a sua integridade territorial, constantemente ameaçada por ataques “terroristas”, anunciou quarta-feira o ministro da Defesa.
“O contingente burkinabe em Darfur iniciou a sua retirada para o Burkina Faso. Os efectivos suplementares vão ser utilizados na luta contra o terrorismo na parte norte do nosso país”, declarou à imprensa Jean-Claude Bouda.
Uma primeira vaga do batalhão burkinabe baptizado “Laafi 8” chegou terçafeira à capital do país, Ouagadougou, e outras chegadas de militares estão previstas até amanhã, disse o director central das operações de ajuda, coronel Yaya Séré. Desde Agosto de 2009, o Burkina Faso enviou ao Sudão, no seio da
Novo dispositivo operacional vai privilegiar a mobilidade e a flexibilidade das intervenções militares, que consiste em patrulhamentos de demonstrações de presença, vigilância aérea e desdobramento rápido de forças em caso de incidente de segurança
missão híbrida conjunta da Organização das Nações Unidas e da União Africana, em Darfur, (MINUAD), um batalhão de 850 homens.
Em Maio de 2016, o Burkina Faso, alvo de um atentado reivindicado pela rede terrorista Al-Qaeda no Maghreb Islâmico (AQMI) que causou 30 mortos e 70 feridos, tinha anunciado a intenção de retirar de Darfur esse contingente para fazer face à ameaça islamita sobre o seu próprio país.
O Burkina Faso, que dispõe também de dois batalhões no Mali vizinho, onde é um dos maiores contribuintes de tropas de paz no seio da Minusma, solicitou igualmente o desdobramento de um dos seus contingentes ao longo da sua fronteira, afim de pôr termo às incursões de grupos jihadistas.