Chuvas torrenciais desde Junho causam mortos
Pelo menos 23 pessoas morreram no Níger em consequência das chuvas torrenciais que se abatem desde Junho sobre este país desértico, anunciou na quarta-feira, em Niamey, a representação da ONU.
De acordo com o Escritório para os Assuntos Humanitários da ONU, em Niamey, mais de duas mil e 400 pessoas foram afectadas pelas inundações e o número de pessoas mortas é de pelo menos 23, em todo o país.
Na região de Tahoua (oeste), as correntes também causaram a morte de quatro mil cabeças de gado, disseram à ONU autoridades locais. A capital, Niamey, onde nove pessoas morreram em Junho no desmoronamento de casas e muros, e as regiões de Tilabéri e Tahoua (oeste) são as zonas mais afectadas pelas fortes precipitações.
Em Agadez (norte), às portas do deserto, as águas em fúria cortaram a única ponte, isolando durante muitos dias a cidade mineira de Arlit do resto do país, segundo o presidente da câmara local.
Em várias regiões do país as águas causaram importantes danos materiais nas lojas e destruíram campos de cultivo. Duas estações públicas de televisão interromperam na terça-feira as emissões por causa das fortes chuvas que inundaram as suas instalações em Niamey. Em Maio, a ONU tinha accionado um alarme sobre os riscos de novas inundações este ano e que podem afectar “mais de 106 mil pessoas”.
O Níger e os seus parceiros já elaboraram um “plano de ajuda” de 6,5 milhões de dólares para as pessoas que vão ser afectadas pelas intempéries, garantiu a ONU.
Em 2016, pelo menos 50 pessoas morreram nas inundações que atingiram 145 mil pessoas, nomeadamente nas regiões desérticas de Agadez e de Tahoua.
A estação das chuvas, que dura entre três a quatro meses começa em Junho no país que é regularmente vítima de graves crises de falta de alimentos devido à seca severa e às cheias.