Muitos bebés no mundo sem vacinas essenciais
A OMS considera a imunização uma das intervenções de saúde pública de maior sucesso e de baixo custo
Um relatório das Nações Unidas revela que, em 12,9 milhões de bebés no Mundo, quase um em cada 10 não receberam vacinas em 2016.
Esses menores perderam a primeira dose da imunização combinada de difteria, tétano e tosse convulsa, DTP, de acordo com o estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O estudo, divulgado na segunda-feira em Genebra e Nova Iorque, destaca que a actual situação coloca essas crianças em “grave risco” de contrair as três doenças potencialmente fatais.
Cerca de 6,6 milhões de crianças que receberam a primeira dose de vacina não completaram as três etapas durante o ano. Os oito países que em 2016 tiveram uma cobertura reduzida de DTP são a República Centro Africana, Chade, Guiné Equatorial, Nigéria, Somália, Sudão do Sul, Síria e Ucrânia.
Para melhorar a cobertura da imunização, o estudo recomenda mais esforços para reduzir as desigualdades relacionadas com o estatuto económico das famílias e a educação das mães em vários países. Um outro factor importante é que 50 por cento da população global vive em áreas urbanas que incluem comunidades em rápido crescimento em África e na Ásia. Os habitantes pobres das cidades têm alto risco de não serem imunizados ou de ter baixos níveis de vacinação.
O estudo revela ainda que 86 por cento de crianças completaram o esquema de vacinação de rotina no ano passado, tendo estancado nos 16,5 milhões de bebés. Não houve alterações significativas em nenhum país ou região.
Perante um cenário em que não foi cumprido o objectivo global de 90 por cento de cobertura de imunização, o director de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS disse que a maioria das crianças não imunizadas está fora dos sistemas de saúde.
Jean-Marie Okwo-Bele, da agência especializada da ONU, considera que o grupo provavelmente também não receba nenhum tipo de serviços básicos de saúde.
O estudo recomenda mais esforços para reduzir as desigualdades relacionadas com o estatuto económico das famílias e a educação das mães em vários países