País chama adeptos a puxar pela Selecção
É chegado o momento de tirar da mala, da gaveta ou do cesto da roupa por engomar aquela camisola que nos deixa vaidosos na hora de exibir o “orgulho de ser angolano”. Os Palancas Negras jogam pela primeira vez em casa, sob o comando de Roberto Bianchi, o técnico hispano-brasileiro que, em pouco tempo de trabalho, deu mostras de ser capaz de fazer na Selecção Nacional a mudança operada no Petro de Luanda, o “gigante” acordado da letargia pela força da juventude.
A divergência de opinião quanto à duplicidade de funções do seleccionador, por estar também ligado a um clube, a crítica às suas escolhas, ou ainda a condenação dos seus excessos no desabafo quando confrontado com omissões do elenco directivo da Federação Angolana de Futebol, perdem para a necessidade de convergimos na defesa do interesse maior, o sucesso da Pátria!
Por mais pesada que seja a desilusão causada pelas sucessivas derrotas e o recuo para a cauda do “ranking” mundial, existe um elo a prender os adeptos à equipa nacional de um futebol há muito desencontrado com as vitórias e as boas exibições: a condição de angolanos.
As críticas feitas nas redes sociais, com manifestações de desenlace, não passam de escape para aliviar a frustração de ver o país afastado das grandes montras da modalidade, depois de um passado não muito distante de progressos elogiados à escala mundial.
Roberto Bianchi convocou os futebolistas que vão entrar no “onze” e ficar no banco, sem descurar o décimo segundo jogador. O maestro da jogada que mantém a equipa ligada à corrente, sobretudo no período de maior pressão do adversário. É hora de mostrar aos nossos “soldados da bola” a união de um povo, na roda de aço fundido pelo “Angola Avante”. A preparação feita na África do Sul e a vitória alcançada nos domínios do adversário aumentam a confiança num triunfo caseiro, confirmando a presença do país na eliminatória seguinte da campanha de apuramento para o CHAN do Quénia, no próximo ano, mesmo não sendo um período de cobrança de resultados, pelo facto de o projecto ser a médio e longo prazos.
Domingo será, isso sim, dia de dar as primeiras notas aos Palancas Negras, enquanto equipa com alfabetização suficiente para saber “ler e escrever futebol” dentro das quatro linhas. O examinador é o público, chamado a ocupar o seu lugar na mesa de júri, as bancadas, como fazia na “catedral” da Cidadela, de modo a assustar os forasteiros, quase sempre vergados pelos golos de Akwá que, de braços abertos, corria e descansava no colo de uma Angola feliz pelo seu sucesso num desporto sem fronteiras no Mundo. Vamos vestir a camisola!