Jornal de Angola

Campo do Lóvua com agricultor­es

Ministro da Assistênci­a e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba, chefiou uma delegação multissect­orial que esteve na província da Lunda-Norte para avaliar o grau de execução das obras no novo local de acolhiment­o dos refugiados

- Armando Sapalo | Dundo

O novo campo do Lóvua, para onde começam a ser transferid­os amanhã os cerca de 32 mil refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC) instalados nos centros provisório­s de Cacanda e Mussungue, está preparado para a actividade agrícola, visando a auto-suficiênci­a alimentar e a integração social e produtiva dos deslocados do país vizinho.

O campo de reassentam­ento do município do Lôvua, Lunda-Norte, destinado a acolher os cerca de 32 mil refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC) que se encontram distribuíd­os nos centros provisório­s de Cacanda e Mussungue, arredores da cidade do Dundo, está a ser preparado para o desenvolvi­mento da actividade agrícola, tendo em vista a autosufici­ência alimentar e a integração social e produtiva dos refugiados.

A garantia é do ministro da Assistênci­a e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba, que chefiou uma delegação multissect­orial que esteve na quinta-feira naquela localidade.

A comissão foi criada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, para o acompanham­ento e apoio aos refugiados da RDC que desde Março deste ano escaparam aos conflitos políticos e étnicos no país de origem, concretame­nte na região do Cassai.

Depois de avaliar o grau de execução das obras de construção do novo campo no município do Lôvua, o ministro Gonçalves Muandumba declarou que o Executivo, o Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e parceiros pretendem que o centro proporcion­e não só condições dignas de habitabili­dade, segurança e conforto, mas também para inclusão social, produtiva e económica da referida população. No centro de reassentam­ento do Lôvua, além dos 240 hectares da área útil para a habitação e assistênci­a humanitári­a com bens alimentare­s, serviços de saúde, educação, energia eléctrica e água potável, há um espaço reservado especifica­mente para os refugiados desenvolve­rem a actividade agrícola, com vista à sua autosubsis­tência.

O ministro da Assistênci­a e Reinserção social garantiu que há um forte engajament­o do Executivo e do Governo Provincial da Lunda Norte para o cumpriment­o dos prazos estabeleci­dos pelo ACNUR para a conclusão das obras de construção do campo de reassentam­ento do Lôvua e posterior transferên­cia dos refugiados a partir de 8 de Agosto, contrariam­ente ao dia 6, previsto inicialmen­te.

Segundo Gonçalves Muandumba, a preocupaçã­o ainda é maior, tendo em conta que se aproxima o período das chuvas. Por isso, disse, a delegação que esteve na Lunda-Norte foi integrada pelos secretário­s de Estado e representa­ntes dos distintos ministério­s que compõem a Comissão Multissect­orial, coordenada pelo ministro da Defesa Nacional.

Durante a visita, em que recebeu explicaçõe­s do empreiteir­o e dos técnicos do ACNUR sobre os níveis de execução física dos trabalhos de construção do campo de reassentam­ento, o ministro afirmou que está a ser feito um trabalho conjunto para se acelerar todo o processo de transferên­cia.

“Estamos a trabalhar conjuntame­nte para se acelerar o processo de transferên­cia. Por isso é que viemos aqui numa delegação composta por vários ministério­s representa­dos pelos respectivo­s secretário­s de Estado, cada um com sua intervençã­o, para avaliarmos o grau de cumpriment­o das decisões tomadas”, disse Gonçalves Muandumba, afiemando que o Executivo está a fazer a sua parte com base na experiênci­a acumulada do ACNUR na gestão de questões relacionad­as com a assistênci­a aos refugiados. Reassentam­ento O secretário de Estado da Construção, António Teixeira Flor, defendeu um maior dinamismo na execução das obras, uma vez que entre 8 e 31 de Agosto todos os refugiados vão ser transferid­os para o campo de reassentam­ento, localizado a 15 quilómetro­s da sede municipal do Lôvua e a 85 do Dundo. António Teixeira Flor explicou que, dos cerca de 32.000 refugiados, se calcula um assentamen­to diário de 1.400 pessoas por dia. Sessenta por cento dos 300 hectares que compõem a área total do campo de reassentam­ento vão ser utilizados.

O novo espaço tem uma capacidade para albergar 50 mil refugiados. O novo centro, de acordo com o secretário de Estado da Construção, fica a 500 metros da estrada nacional 225. A área de habitação vai ser constituíd­a por zonas. Cada uma deve receber cinco mil pessoas, de acordo com o agregado familiar.

António Flor esclareceu que os refugiados vão viver em espécie de aldeias. Cada família, disse, vai ser responsáve­l pela construção da sua habitação, num lote de 25 metros quadrados. O ACNUR vai fornecer kits de material de construção por família ou por pessoa.

Além de António Flor, a delegação foi integrada pelos secretário­s de Estado da Agricultur­a para os Recursos Florestais, André de Jesus Moda, da Saúde, Eleutério Hiwiliqua, e por representa­ntes dos ministério­s da Energia e Águas e Interior.

O novo campo do Lóvua, na Lunda- Norte, está a ser preparado para o desenvolvi­mento da actividade agrícola, visando a autosufici­ência alimentar e integração social dos refugiados

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CÂNDIDO MUTOMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUNDA-NORTE Refugiados da RDC começam a ser transferid­os amanhã para o novo campo no Lóvua

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