Assad elogia o apoio do Governo de Teerão
Damasco afirma que se mantém firme na vontade de acabar com a guerra e restabelecer a paz definitiva na Síria
O Presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou na quintafeira que o contínuo apoio do Irão ao povo da Síria é uma das principais razões da resistência do país frente ao terrorismo.
Bashar al Assad fez essas declarações durante uma reunião com o assistente do Ministério das Relações Exteriores para os Assuntos Árabes e Africanos, Hossein Jaberi Ansari.
Durante o encontro, Hossein Jaberi Ansari afirmou que o Governo de Teerão espera que os últimos eventos na região ajudem a restaurar a estabilidade e a acabar com a guerra na Síria.
Nas últimas semanas foram realizadas duas novas rondas de diálogo sobre a Síria em Genebra (Suíça) e Astana (Cazaquistão), enquanto que, desde 9 de Julho, está vigente nas províncias do Sul do país um cessar-fogo que trouxe calma relativa à região.
Para Bashar al Assad, um dos factores mais importantes que contribuíram para os últimos eventos “são as vitórias contínuas e rápidas que foram conseguidas na guerra contra o terrorismo na Síria”.
O Presidente enfatizou que cada conquista obtida pelo Exército sírio e seus aliados terá consequências positivas, “apesar da insistência de alguns países de continuar a utilizar o terrorismo como ferramenta para obter os seus objectivos políticos, que desestabilizaram a região”. Bashar al Assad destacou “os laços estratégicos” que unem os governos de Damasco e Teerão, e a coordenação bilateral permanente em vários âmbitos. Hossein Jabari Ansari reiterou que o Irão vai continuar a contribuir para o fortalecimento da determinação dos sírios até que conquistem o triunfo final frente ao terrorismo e a paz e a estabilidade volte ao país.
O Irão é um dos principais aliados da Síria, onde mantém efectivos militares que colaboram com o Exército sírio.
Relatório do EUA
O Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou na quinta-feira que o relatório anual sobre terrorismo no Mundo do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) “carece de credibilidade” e pretende melhorar a imagem do Governo de Washington. O documento do Departamento de Estado (Ministério das Relações Exteriores), relativo a 2016, aponta o Irão como “principal Estado patrocinador do terrorismo” e refere que os grupos apoiados pelo Governo de Teerão mantiveram a sua capacidade de “ameaçar os interesses dos EUA e seus aliados”.
Segundo um comunicado do Ministério iraniano, o relatório “tenta desviar a atenção internacional do papel dos EUA na criação, promoção e apoio de grupos terroristas no Mundo, especialmente no Médio Oriente”.
O Irão destacou que o relatório “recorre a enfoques poucos realistas”, nega factos evidentes e inclui “acusações infundadas”.
O comunicado também realça que os EUA consideram como seus parceiros na luta contra o terrorismo alguns aliados regionais que são “os principais locais de nascimento ideológico da maioria dos grupos terroristas nas últimas duas décadas”, numa clara alusão à Arábia Saudita.
O comunicado salienta ainda que o Irão vai manter a sua luta contra o terrorismo e o seu apoio aos governos da Síria e do Iraque para combater o grupo “Estado Islâmico”. Neste sentido, o relatório dos EUA indicou que a unidade de elite e de operações internacionais da Guarda Revolucionária iraniana “continua a ter um papel desestabilizador em conflitos militares no Iraque, na Síria e no Iémen”.
Além disso, denunciou que o Governo de Teerão continua a “trabalhar” com o grupo libanês Hezbollah a favor do Presidente sírio, Bashar al Assad.
A inclusão por mais um ano do Irão, Sudão e Síria, na lista de Estados patrocinadores do terrorismo do Departamento de Estado implica na imposição de sanções como a proibição da venda e exportação de armas.
Nas últimas semanas foram realizadas duas novas rondas de diálogo sobre a Síria em Genebra e Astana, enquanto que desde 9 de Julho está vigente um cessar-fogo nas províncias do sul