Turquia denuncia políticas de Berlim
A Turquia denunciou como “grande irresponsabilidade política” o anúncio feito por Berlim de uma revisão das relações com Ancara e alerta para as viagens dos seus cidadãos ao país euroasiático após a prisão de um alemão em Istambul.
“Enviar uma mensagem [aos alemães] dizendo que não é seguro deslocaremse à Turquia indica uma grande irresponsabilidade política que não aceitamos”, declarou quinta-feira em conferência de imprensa Ibrahim Kalin, porta-voz do Presidente Recep Tayyip Erdogan, quando as já exacerbadas tensões entre Berlim e Ancara conhecem um novo desenvolvimento. Um contexto que se pode ainda complicar, atendendo à importante comunidade turca, cerca de três milhões, que vive na Alemanha.
Na quinta-feira, a Alemanha reagiu com firmeza à detenção de um grupo de defensores dos direitos humanos em Istambul, incluindo um alemão, e anunciou uma reorientação da sua política, em particular no campo económico, face a um parceiro histórico. A chanceler conservadora alemã Angela Merkel defendeu as medidas anunciadas como “indispensáveis”, que incluem ainda uma revisão das ajudas que a Turquia recebe da União Europeia (UE), na qualidade de candidato oficial à adesão desde 2005. “As medidas anunciadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros face à Turquia são necessárias e imprescindíveis, devido à situação”, afirmou a chanceler numa mensagem transmitida na conta 'Twitter' do seu porta-voz, Steffen Seibert. A primeira medida concreta consiste num reforço dos alertas do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre as viagens à Turquia, um destino habitual para muitos turistas germânicos.
O chefe da diplomacia, o social-democrata Sigmar Gabriel, acusou Ancara de violações sistemáticas dos direitos humanos e considerou que “afastam a Turquia dos valores europeus”.