Lino Damião encerra trilogia com “Restos”
“Reconstruir” Viteix, através da arte, é o desafio que o pintor Lino Damião decidiu abraçar, como uma forma de homenagear o seu “mestre”, e pretende encerrar em Maio de 2018 com a mostra “Restos”.
Como a última mostra da trilogia “Restos, rostos e rastos”, a exposição já está a gerar muita expectativa, em especial para o artista, que ainda está a criar condições para a exibir. Embora ainda esteja à procura de patrocínios, como informou ontem, Lino Damião já tem uma ideia do que dar ao seu público. A proposta, conta, inclui uma mistura de jazz, pintura, desenho, sons e imagens.
O objectivo, confessa, é mostrar que conseguiu crescer “mesmo à sombra do mestre” e hoje tem potencial para se afirmar no mundo das artes. Para esta mostra, continua, tem já preparados diversos quadros, feitos nas técnicas a que o seu público está habituado.
A ideia, conta, é realizar a exposição na data em que o artista plástico se celebra mais um aniversário da morte de Viteix. “São as memórias de um discípulo que quer manter viva a figura do seu mestre, Viteix, uma referência das artes nacionais, cujo legado deve ser transmitido às novas gerações.”
Inspirando-se nas “aulas” que Viteix lhe deu e na sua última exposição “Restos, rastos e rostos”, exibida em 1992, na qual reuniu obras de pintura, fotografia, comida e jazz, como uma celebração da vida em toda a sua amplitude e plenitude, Lino Damião tem procurado respeitar as ideias do artista, com “pinceladas” de inovação.
No seu tributo a Viteix, tem procurado fazer recurso aos elementos figurativos da cultura angolana, já conhecidos nos seus trabalhos, e também há um certo animalismo, para promover metaforicamente as similaridades dos animais e o homem. Porém, destaca, nesta última fase do projecto, pretende explorar outros elementos da vida corrente, em especial os vividos no convívio com o seu mestre.