Tchiema e Maria Gadú no palco da Casa 70
Gabriel Tchiema e a brasileira Maria Gadú actuam quinta e sexta-feira em Luanda, para aquecer as noites de cacimbo no “Serenatas à Kianda”
Maria Gadú, uma premiada cantora brasileira, e Gabriel Tchiema, um autêntico representante da música angolana, são o cartaz da segunda edição do projecto “Serenatas a Kianda” que tem agendado dois concertos nos dias 27 e 28 deste mês, a partir das 21h00, na Casa 70, em Luanda.
A cantora brasileira encontrase numa fase de profunda conexão com a sua verdade artística, pois acaba de vencer o Prémio da Música Brasileira, na categoria cantora pop, com o seu actual projecto discográfico “Guelã”, com o qual expressa o caminho de mudança que construiu e pretende seguir nas suas composições.
A tournée do disco “Guelã” “aterra” em Luanda na próxima quinta e sexta-feiras no projecto Serenatas à Kianda, uma iniciativa da Zona Jovem Produções. Aos 30 anos, a autora de músicas que estiveram em trilhas sonoras de telenovelas brasileiras tem como divisor de águas da sua carreira o sucesso “Shimbalaiê”. Esta canção foi escolhida pelo dramaturgo Manoel Carlos para a novela “Viver a Vida”, da TV Globo, importante vitrina para a música popular brasileira e não só. “Acho uma felicidade as nossas novelas serem apreciadas por outros países. Carregam consigo a sua trilha e nos transportam também ao mundo”, analisa Gadú. Quase dez anos após ganhar projecção em todo o território brasileiro através da tela da TV, a artista vem conquistando espaços em outras nações e hoje faz o seu trabalho chegar a vários outros países. Na semana passada, Guelã foi visto com sucesso de público em Portugal, Espanha e Itália. Neste último país, o tema “Shimbalaiê” conquistou os lugares cimeiros das paradas de sucesso. A poucos dias de cantar para os angolanos, a artista revela, com exclusividade: “A expectativa é a melhor possível. É a terceira vez que tenho a feliz oportunidade de visitar esse país que é nosso irmão de alma. O público é lindo, feliz e presente”, afirma. A apresentação em Luanda vai mesclar o repertório de Guelã e músicas mais antigas, mas “sempre com a sonoridade nova”, pontua. Como a maioria dos brasileiros, Gadú tem origens em África, que influenciam a sua arte. “Tenho família descendente de Angola. A africanidade está no meu sangue, nos meus pensamentos, nas minhas lutas diárias. No último álbum, existe uma partícula africana de respeito que é uma canção com Mayra Andrade que se chama Sakédu”.