Técnicos angolanos trabalharam com especialistas estrangeiros
Penso que éramos mais de 15 técnicos, integrados numa Comissão de redacção. Mas não são os únicos envolvidos. Há um trabalho de fundo que o Governo Provincial do Zaire teve que efectuar, com o Ministério da Cultura e as instâncias superiores do Estado. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, envolveu-se muito, na promoção de Mbanza Kongo como Património Nacional, primeiro, antes de ser elevada como património internacional. E do ponto de vista da diplomacia fez-se trabalho a nível dos PALOPs, que abraçaram o projecto. Os países amigos, vizinhos e quase todos os Estados africanos, influenciados pela diplomacia da República de Angola. Conseguiu-se deste modo, ultrapassar certas dificuldades que nós tínhamos na apreciação do valor desse bem, convencendo inclusivé algumas potências ocidentais como França. Portugal também envolveu-se, e isto deu o resultado que temos hoje.
Que especialistas estiveram envolvidos no processo?
Participaram principalmente especialistas em Arqueologia, História, Línguas, Arquitetura e os técnicos de Antropologia. A Antropologia chegou a determinar a cultura daquele povo no passado, do ponto de vista histórico tivemos que justificar a organização política ou administrativa do Reino do Kongo.
Para além de especialistas angolanos, houve também a participação de estrangeiros na parte científica?
Exactamente. Nós tivemos a assistência da própria UNESCO através do Instituto do Património Cultural, que delegava os seus especialistas, peritos, para virem trabalhar connosco, porque eles conhecem as normas e sabem de que maneira um projecto dessa natureza deve ser preparado. Tivemos peritos vindos dos Camarões, Cabo Verde, da França, que tiveram que trabalhar connosco para dar alguns esclarecimentos sobre o projecto.