Economia do continente cresce acima do previsto
Relatório do Fundo Monetário sobre as Perspectivas Económicas Mundiais declara uma “recuperação firme”
O Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou ontem que a África Subsaariana cresce 2,7 por cento este ano, mais que o previsto em Janeiro, essencialmente devido à melhoria nas previsões de crescimento económico da África do Sul.
Na actualização das Perspectivas Económicas Mundiais (World Economic Outlok), o Fundo Monetário Internacional afirma que “o ambiente permanece desafiador”, com a economia a crescer 2,7 por cento este ano, mais 0,1 pontos percentuais que o previsto em Janeiro, e 3,5 por cento em 2018, o que mantém a previsão anterior.
Para esta região do mundo, para a qual não existem actualizações individuais, o crescimento previsto “mal vai voltar a território positivo em termos individuais [per capita] e mantém-se negativo para a economia de cerca de um terço dos países”.
A ligeira revisão dos números para 2017 “reflecte uma melhoria modesta das perspectivas de crescimento para a África do Sul”, que beneficia de melhor produção agrícola e mineira, apesar de atravessar uma época de “elevada incerteza política”.
O Fundo Monetário Internacional apresentou ontem previsões de crescimento económico mundial de 3,5 este ano e 3,6 no próximo e declarou a economia mundial está em “recuperação firme”, interrompendo a prolongada trajectória de expansão descendente observada entre 2011 e 2016.
“A recuperação do crescimento global que projectámos em Abril está numa base mais firme. Agora já não há ponto de interrogação sobre o ganho de impulso da economia mundial”, disse Maurice Obstfeld, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, na declaração de apresentação pública das Perspectivas Económicas Mundiais.
O Fundo Monetário Internacional melhorou ligeiramente a estimativa de crescimento económico em 2016 de 3,107 para 3,2 por cento. O crescimento tinha vindo a abrandar desde 2011, com a taxa a descer de 5,4 por cento em 2010 para 4,2 no ano seguinte, caindo para o patamar dos 3,00 por cento desde 2012, para próximo de 3,1 em 2016, um mínimo de sete anos.
O bom andamento da economia mundial em 2017 e 2018 assenta numa aceleração do crescimento do comércio mundial, que passará a ser superior ao crescimento do produto, o que não acontecia em 2015 e 2016. A taxa de crescimento do comércio mundial para 2017 foi revista em alta para 4,00 por cento, uma aceleração clara em relação a 2,6 em 2015 e 2,3 em 2016, apesar do Fundo Monetário Internacional continuar a considerar que há riscos de médio prazo ligados ao proteccionismo e ao recuo do multilateralismo.
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a previsão de crescimento económico para os Estados Unidos, cortando duas décimas na previsão para 2017 e quatro décimas, na projecção para o ano seguinte, como já apontava no relatório publicado em Junho ao abrigo das análises permitidas pelas consultad do artigo IV da instituição financeira internacional - de avaliação do desempenho económico.