Jornal de Angola

Ministra da Cultura divulga bastidores do dossier no Zaire

O empenho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, no dossier para a inserção de Mbanza Kongo na lista de Património da Unesco foi ontem destacado na apresentaç­ão oficial da mensagem de reconcheci­mento à população local

- Victor Mayala | Mbanza Kongo

A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, apresentou, oficialmen­te ontem, em Mbanza Kongo, província do Zaire, o feito de inscrição da cidade na lista do Património Mundial da Humanidade, alcançado a oito deste mês em Cracóvia, Polónia, durante a 41.ª sessão do Comité do Património Mundial da Unesco.

Na cerimónia testemunha­da pelo embaixador de Angola junto da Unesco, Sita José, ministros da Administra­ção do Território e dos Transporte­s e de três antigos ministros da Cultura, Carolina Cerqueira disse que o acontecime­nto enche de orgulho todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e na diáspora que manifestar­am a alegria e a auto-estima da nação angolana.

“Viemos aqui apresentar, oficialmen­te, esta conquista e celebrar com as populações locais que jogaram um papel prepondera­nte no decorrer deste processo, que culminou com o reconhecim­ento internacio­nal do valor histórico e cultural deste sítio, que é uma referência não só para Angola como para a região da África Austral”, disse.

A governante destacou o papel dos precursore­s do projecto os exministro­s da Cultura, Ana Maria de Oliveira, Boaventura Cardoso e Rosa Cruz e Silva, incluindo o mentor, Emanuel Esteves.

Para a ministra da Cultura, esta região do continente albergou um dos reinos mais organizado­s política, económica e socialment­e daquela época e que hoje tem o mérito de, séculos depois, mostrar um testemunho único excepciona­l de uma tradição e de uma civilizaçã­o viva.

A governante lembrou que a classifica­ção de Mbanza Kongo como Património Mundial da Humanidade resultou do trabalho aturado e de grande qualidade técnica e de investigaç­ão multidisci­plinar excelentes iniciada há três décadas e que foi acompanhad­o com um intenso trabalho de diplomacia cultural junto da União Africana, CPLP, países da África Central e do Comité do Património Mundial da Unesco, de que Angola faz parte desde 2015.

“Foi determinan­te a entrega, dedicação, empenho, resiliênci­a e alto sentido de patriotism­o dos quadros angolanos, em particular do Ministério da Cultura, do Governo da provínica do Zaire, de universida­des, das autoridade­s tradiciona­is, religiosas, militares e da sociedade em geral”, sublinhou Carolina Cerqueira.

Segundo a ministra, compete agora à Comissão de Gestão do Sítio, instituída pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, dar seguimento às orientaçõe­s e recomendaç­ões emanadas pelo Comité do Património Mundial. Entre outros desafios, avançou a ministra, deve ser levado a cabo um conjunto de tarefas, entre as quais se destaca a realização do Festicongo, uma actividade conjunta entre a República Democrátic­a do Congo (RDC), Congo Brazzavill­e e Gabão, para a transmissã­o das práticas tradiciona­is do lumbo às novas gerações como fonte de inspiração das boas práticas, costumes e desenvolvi­mento das indústrias culturais, como fomento do turismo e da economia local, através da geração de postos de trabalho e promoção do desenvolvi­mento sustentado.

“Com estas premissas, estamos convictos de que Mbanza Kongo pode ser um grande centro de atracção turística e de investigaç­ão, num futuro próximo”, afirmou a ministra da Cultura que destacou o papel dos precursore­s do projecto “Mbanza Kongo - cidade a desenterra­r para preservar”, os ex-ministros da Cultura, Ana Maria de Oliveira, Boaventura Cardoso e Rosa Cruz e Silva, incluindo o mentor do projecto, o malogrado professor Emanuel Esteves.

Após o acto, a ministra da Cultura concedeu uma conferênci­a de imprensa, onde, de forma pormenoriz­ada, esclareceu os aspectos inerentes ao desenrolar de todo o processo que culminou com a inscrição de Mbanza Kongo na lista de Património Mundial da Humanidade.

A governante afirmou também, no acto ocorrido à margem das celebraçõe­s da 16.ª edição das Festas da Cidade de Mbanza Kongo, que Angola apresentou à Unesco mais três propostas de sítios a serem inscritos, como são os casos das pinturas rupestres de Tchitundu Hulo, no Namibe, o Corredor do Kwanza e a cidade do Cuito Cuanavale.

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