Autoridades francesas confirmam detenção
Governo confirma no Parlamento a detenção do suspeito do atropelamento de militares e garante manter a investigação
O primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, confirmou ontem a prisão do suposto motorista que atropelou um grupo de militares em Levallois-Perret.
Edouard Philippe detalhou na Assembleia Nacional que o carro em questão, um BMW preto, foi interceptado na rodovia que liga Paris a Boulogne-sur-Mer, no norte do país, mas não deu pormenores sobre a detenção, que está em fase de investigação.
De acordo com a emissora “BFM TV”, o homem tentou evitar a detenção, no departamento de Pas-de-Calais, e acabou por ser atingido por um tiro.
O homem, que foi levado a um hospital em estado grave, estava no carro usado no ataque que aconteceu por volta das 8 horas contra um grupo de militares que saía do quartel para iniciar uma patrulha, seis dos quais ficaram feridos. A “BFM TV” informou que a identidade do detido está a ser confirmada, mas já se sabe que ele nasceu em 1980 e que não estava identificado.
O ministro do Interior, Gérard Collomb, qualificou a acção de deliberada e, após a detenção do suspeito, agradeceu através do Twitter às forças da ordem pela “mobilização e grande capacidade de desdobramento.”
A detenção do suspeito ocorreu após abertura de uma investigação pela secção anti-terrorista da Procuradoria de Paris, para esclarecer as motivações do atropelamento de um grupo de militares em Levallois Perret, nos arredores de Paris, em que seis deles ficaram feridos. Fontes da Procuradoria indicaram à Agência EFE que foi aberta uma investigação por “tentativa de assassinato relacionada com uma organização terrorista de pessoas que detêm autoridade pública e conspiração para fins terroristas”.
A fonte confirmou a detenção e a continuidade da investigação para encontrar mais elementos que possam ajudar a determinar as cincunstâncias e possíveis ligações ao atropelamento.
Um veículo atropelou um grupo de militares por volta das 8h00 locais, quando os soldados saíam de um quartel, mas depois fugiu em alta velocidade.
A polícia francesa mobilizou um enorme dispositivo que tornou possível a detenção do suspeito. O ministro do Interior da França, Gérard Collomb, já havia descartado que o atropelamento de militares nos arredores de Paris tenha sido um acidente e considerou que foi um acto deliberado, antes de indicar que o estado de saúde dos seis agentes feridos é melhor do que o imaginado.
No hospital militar de Bégin, onde estão internados três dos feridos, Collomb disse que os factos aconteceram num quartel do dispositivo antiterrorista da localidade de Levallois Perret, nos arredores da capital francesa, Paris. Um carro que circulava pelo bairro em baixa velocidade acelerou contra um grupo de dez militares, quando estava a cerca de 100 metros do mesmo.
Os agentes estavam a preparar-se para iniciar a ronda, como parte do dispositivo militar desdobrado no país, após os atentados de 2015.
Esse modo de agir leva as autoridades a pensar que “é um acto deliberado”, indicou Collomb, que apontou que é a sexta vez que a unidade militar antiterrorista é atacada desde a sua criação.
Collomb, que foi ao hospital acompanhado da ministra da Defesa, Florence Parly, apontou que o estado de saúde dos militares era menos grave do que se imaginava num primeiro momento. Florence relatou que os agentes sofreram arranhões em várias partes do corpo, enquanto os mais afectados, que estão internados no hospital militar de Percy, na localidade de Clamart, “não estão em estado grave”. Os dois ministros concordam que este ataque demonstra que o nível de ameaça na França é extremamente grande e que a missão militar de vigilância antiterrorista é mais necessária do que nunca. Collomb disse que este ano foram evitados sete atentados em várias zonas do país.
Procuradoria de Paris mantém a investigação para encontrar elementos que possam ajudar a esclarecer as circunstâncias e ligações ao atropelamento de militares