Cooperação com China junta empresários
Empresários angolanos e chineses juntaram-se ontem, em Luanda, para estudarem estratégias e retirar do contacto proveitos de cooperação entre ambos os países, no decorrer de um encontro que falou dos “Caminhos para a participação do empresariado privado angolano nos projectos, linhas de crédito e fundo de investimento chinês em Angola”.
O Conselho Estratégico, criado pela Câmara de Comércio Angola-China, deve definir os caminhos que o sector privado pode seguir, para tirar proveito da cooperação entre os dois países, enquanto a China se mantém como um país com grandes investimentos no continente africano, sendo Angola um dos beneficiários, com três por cento dos investimentos.
A reunião olhou, com profundidade, para as parcerias mais vantajosas, tendo em atenção que a China já investe em Angola desde 2003, essencialmente nas áreas das infra-estruturas e rodoviárias, onde já procedeu a um empréstimo no valor de 94 mil milhões de dólares.
O presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Arnaldo Calado justificou que só agora se juntam os empresários de ambos países, porque o Banco da China entrou no sistema financeiro angolano, procurando ultrapassar o momento menos bom da economia.
Arnaldo Calado disse que a Câmara recebe diariamente uma média de 20 propostas para financiamento, mas prefere-se primar pela qualidade dos projectos na fase de negociações.
O responsável acrescentou que o órgão possui vários projectos de investimento, nas áreas do mineiro, agricultura, construção civil, saúde, educação, indústria. “Hoje mesmo surgiu uma proposta com fundos chineses, para a constituição de uma universidade com foco no turismo, na língua oficial chinesa - mandarim, e na sua cultura”
Os sectores mais influentes de negócio da China com Angola e em que investiu perto de 97 por cento, foram o dos transportes e dos petróleos, enquanto três por cento foram para outras áreas
O presidente do Conselho de Administração do grupo Gongani Investiments, Luís Cupenala, apontou as linhas de crédito ao dispor do Fundo Chinês, no âmbito do programa para a diversificação económica.
Luís Cupenala acrescentou que a nível do mercado mundial e além do Brasil, Angola ocupa o terceiro lugar no ranking dos países que contribuem no desenvolvimento da economia chinesa.