Divisionismo e luta feroz pelos lugares no seio da UNITA
Em campanha eleitoral em Cabinda em finais de Julho, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, fez-se acompanhar do vice-presidente do partido, Raul Danda, que continua a manter-se na posição dúbia e inconstitucional de ter o estatuto de deputado da Nação e alinhar, ao mesmo tempo, com sectores radicais que fazem tudo para separar uma parcela do território de Angola.
O nome de Raul Danda, além de minar a paz em Cabinda, não é consensual dentro da própria UNITA. Conotado com a linha mais hostilizadora da UNITA, a ascensão de Danda à vicepresidência do “Galo Negro” provocou brechas no partido.
No maior partido da oposição transparece hoje uma luta feroz pelos lugares de topo que dão acesso a privilégios e benesses e isso reflecte-se na falta de coesão interna crescente sobre as posições a tomar relativamente às questões fundamentais da vida do País.
No caso mais evidente de fractura provocada por Danda, Fernando Heitor, destacado membro da direcção do partido, demitiu-se das suas funções em finais de Janeiro de 2016, como protesto pela nomeação de Danda para vice-presidente, e tem vindo a questionar a direcção publicamente sobre a sua visão política.
Segundo a “Voz da América”, a nomeação de Raul Danda, então chefe do Grupo Parlamentar da UNITA, para vice-presidente, não caiu bem a alguns membros do partido, porque Danda chegou a desrespeitar Jonas Savimbi e a própria UNITA.
Fernando Heitor, que fez parte do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), tem-se apresentado como economista e professor universitário de craveira internacional, capaz de propor soluções para reforçar a presença do sector privado na economia angolana.
Danda é perito no divisionismo. Antigo jornalista da “Vorgan”, Danda é responsabilizado pelo mau ambiente existente entre a UNITA e a imprensa angolana. Em dado momento, apareceu no Parlamento como responsável pelo roubo do Contrato de Trabalho de um colaborador do
que apresentou como verdadeiro, quando era falso.
Isso surgiu aos olhos dos colegas jornalistas como alguém que é capaz de tudo.