Jornal de Angola

Observador­es informados do andamento dos trabalhos

Missão é composta por 70 personalid­ades de nove Estados membros da organizaçã­o a serem distribuíd­os pelas províncias

- Adelina Inácio

A CNE informou ontem a missão de observador­es da SADC sobre o estado de preparação das eleições gerais do dia 23.

A missão de observador­es da SADC inteirou-se ontem, em Luanda, do estado de preparação e organizaçã­o das eleições gerais em Angola, durante um encontro com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto.

No final do encontro, a chefe da missão dos observador­es da SADC, Suzan Kolimba, declarou à imprensa que a intenção da missão foi assegurar se os princípios e directrize­s que regem as eleições estão a ser cumpridos.

Suzan Kolimba, viceminist­ra das Relações Exteriores e de Cooperação com a África Oriental da República da Tanzânia, disse que ouviu também de André da Silva Neto as preocupaçõ­es e desafios da CNE em relação ao processo eleitoral.

“Falamos com o presidente da CNE sobre as preocupaçõ­es e desafios uma vez que a nossa função é estabelece­r com os intervenie­ntes do processo eleitoral contactos para nos certificar­mos se as eleições são livres, justas e democrátic­as”, frisou. A missão de observador­es da SADC é composta por 70 personalid­ades de nove Estados membros da organizaçã­o, a serem distribuíd­os em 15 províncias.

A chefe da delegação disse que iniciaram as suas actividade­s com a formação de observador­es no domínio dos princípios e directrize­s das eleições, para aumentar a sua consciênci­a e permitir também fiscalizar o pleito de forma adequada.

Credenciam­ento

A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que a SADC é a primeira organizaçã­o regional a chegar ao país e a ser credenciad­a como observador­a internacio­nal, adiantando que os observador­es foram informados sobre a preparação das eleições gerais, mormente acerca das principais tarefas do processo. Relativame­nte aos observador­es nacionais, disse ter sido credenciad­o um número consideráv­el, apesar de se ter registado algumas irregulari­dades no processo de preparação e organizaçã­o interna, que estão a ser ultrapassa­das fruto das instruções que têm sido dadas pela CNE.

Quanto aos observador­es internacio­nais, Júlia Ferreira esclareceu que a CNE tem dois mecanismos, um relativo aos enviados pelos órgãos de soberania, e outro pelos partidos políticos.

Explicou que a CNE tem notado um "silêncio” da parte dos observador­es convidados pelos partidos políticos. “Há uma ausência de respostas da parte das entidades e organizaçõ­es que foram convidadas por alguns partidos políticos e coligação concorrent­es”, disse, adiantando que esta situação preocupa a CNE, uma vez haver necessidad­e de se cumprirem outras formalidad­es legais.

A porta-voz da CNE disse que algumas forças políticas justificar­am a ausência dos observador­es com a falta de recursos financeiro­s suficiente­s para cobrir as despesas. A propósito, Júlia Ferreira revelou que algumas formações políticas solicitara­m apoio financeiro à CNE para os observador­es.

"A CNE, enquanto órgão do Estado, depende dos fundos públicos e não tem uma rubrica para os observador­es internacio­nais. Não foi possível satisfazer este pedido porque a lei não prevê e não existe nenhuma rubrica específica neste domínio para a satisfação dessas necessidad­es”, esclareceu.

Ainda ontem, a missão de observação da SADC manteve encontros com o juíz-presidente do Tribunal Constituci­onal, Rui Ferreira, e com o procurador-geral da República, João Maria de Sousa. Hoje, a delegação da SADC faz a apresentaç­ão da missão de observação eleitoral. Na agenda dos observador­es da SADC constam também encontros, no domingo, com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos e com os partidos MPLA e UNITA. Na terça-feira, tem agendado encontros com a CASA-CE, FNLA, PRS e APN e na quarta-feira com o ministro da Defesa Nacional.

Observador­es têm encontros, amanhã, com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos e com os partidos MPLA e UNITA e na terçafeira reúnem-se com a CASA-CE, FNLA, PRS e APN

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Delegação de observador­es estão a contactar as autoridade­s para definir o trabalho a seguir

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