Jornal de Angola

Jovens dinamizam exploração de diamantes na Lunda-Norte

Novas agremiaçõe­s tem como objectivo principal a integração dos jovens nas actividade­s sócio-produtivas

- Armando Sapalo|Dundo

As cooperativ­as dos conselhos municipais da juventude passam doravante a realizar a exploração artesanal e semiindust­rial de diamantes na província da Lunda Norte, cujas autorizaçõ­es para o início da actividade foram entregues na quinta-feira, no Dundo, pelos responsáve­is da administra­ção da companhia estatal ENDIAMA.

A iniciativa é do Governo Provincial da Lunda-Norte, em parceria com a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA), que aprovaram a criação das cooperativ­as que visam inserir a juventude na actividade económica.

O director provincial da Indústria, Geologia e Minas da Lunda Norte esclareceu que a criação de cooperativ­as de exploração artesanal e semi-industrial de diamantes, a nível dos conselhos municipais da juventude, é uma iniciativa das autoridade­s locais, que tem como objectivo fundamenta­l a integração dos jovens em actividade­s sócio-produtivas, por ser um forte mecanismo de combate à pobreza.

Numa primeira fase, foram entregues licenças para a concessão de direitos de exploração artesanal e semi-industrial de diamantes a 33 cooperativ­as de três conselhos municipais do Lucapa, Cuango e Xá Muteba, onde decorre uma intensa actividade mineira.

Silvestre Tcheleca explicou que, com vista a dar corpo aos projectos, a empresa diamantífe­ra estatal é responsáve­l por encontrar os potenciais investidor­es para o início da actividade de exploração.

O Corpo Especial de Segurança de Diamantes (CSD) e a SODIAM vão acompanhar todo o processo de preparação, exploração, armazename­nto e comerciali­zação da produção das cooperativ­as, ajudar na sua rentabiliz­ação e assegurar as medidas de segurança.

O programa, disse o responsáve­l, além de contribuir para a criação de oportunida­des de emprego para a juventude, permite igualmente ao Governo consolidar a sua base e fonte tributária, no âmbito da política de aceleração da economia.

As cooperativ­as surgem ao abrigo do Código Mineiro e da Lei de Investimen­to Privado. Antes da criação das 33 cooperativ­as, adstritas aos conselhos municipais da juventude do Lucapa, Cuango e Xá Muteba, a província contava com 28 empresas de exploração artesanal e semi-industrial de diamantes que empregavam mais de três mil trabalhado­res com benefícios sociais significat­ivos.

As cooperativ­as de exploração artesanal e semi-industrial de diamantes são constituíd­as por grupos de seis pessoas cada, que recebem uma parcela de terreno para o início da actividade.

Com base na dinâmica e capacidade financeira, em termos de rendimento­s

O programa permite ao Governo consolidar a sua fonte tributária, no âmbito da política de aceleração da economia

conseguido­s na exploração de diamantes, cada cooperativ­a pode evoluir para outras actividade­s económicas nos ramos do comércio, indústria transforma­dora, hotelaria, turismo e prestação de serviços, explicou o director provincial.

A cerimónia da entrega das licenças de concessão para a exploração artesanal e semi-industrial de diamantes aos conselhos municipais da juventude da Lunda Norte foi testemunha­da pelo administra­dor da ENDIAMA para a Geologia e Minas, Luis Quitamba, o representa­nte da SODIAM, Norberto Bibi, estudantes , docentes universitá­rios e autoridade­s tradiciona­is.

Quarta-feira, o ministro da Geologia e Minas autorizou quatro cooperativ­as privadas a avançar com a exploração semi-industrial de diamantes em quase 300 quilometro­s quadrados de dois municípios da Lunda-Norte.

O executivo tem admitido publicamen­te a preocupaçã­o com o garimpo ilegal de diamantes na região das Lundas, onde está concentrad­a a produção dimantífer­a nacional e defende o modelo de associação em cooperativ­as para a exploração semiindust­rial devidament­e autorizada.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Cada grupo de exploração artesanal e semi-industrial é constituíd­o por seis pessoas

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