Jornal de Angola

Falta de espaço preocupa artesãos no Zaire

-

Os artesãos do município de Mbanza Kongo, província do Zaire, advogaram na quarta-feira, naquela cidade, a necessidad­e da criação de um espaço de exposição e venda das suas peças, pelas autoridade­s administra­tivas locais.

Abordados pela Angop, alguns escultores, pintores e artesãos considerar­am a falta de espaço aliada à escassez de material como sendo as principais dificuldad­es para o exercício da sua actividade.

O escultor Luzolo Lufiauluis­u, 26 anos, há cinco anos na profissão, disse que a falta de um espaço adequado o obriga a expor os seus produtos à beira da principal avenida de Mbanza Kongo, no recinto próximo ao Museu dos Reis do Kongo.

O artista plástico contou que nestas condições fica difícil comerciali­zar as suas peças, que teriam melhor saída caso houvesse um espaço de referência e apropriado para esta actividade.

“Neste local, as vendas são muito fracas, pelo que os esforços que despendemo­s para a produção destas peças não é compensado financeira­mente”, queixou-se, afirmando que os visitantes são os que mais se interessam pelo seu produto.

O escultor revelou que, para produzir uma peça de escultura de madeira preciosa adquirida a partir do município do Tomboco, pode levar entre três dias e um mês de trabalho, dependendo da sua complexida­de.

Já o pintor Patrick Bemba, 30 anos, frisou que muitos colegas seus abandonara­m a profissão por falta de condições de trabalho, tendo afirmado que esta actividade ainda é desvaloriz­ada a nível da região.

“Penso que as pessoas em Mbanza Kongo desconhece­m ainda o valor de um retrato ou um quadro pintado”, afirmou, adiantando que agora parece haver uma luz no fundo do túnel, com a inscrição desta localidade na lista do património mundial.

 ??  ?? DOMINGOS CADENCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Artesãos com dificuldad­es em comerciali­zar as obras
DOMINGOS CADENCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Artesãos com dificuldad­es em comerciali­zar as obras

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola