Jornal de Angola

Cooperativ­as e produção interna

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O cooperativ­ismo em Angola permitiu que nos anos 80 e 90 do século passado milhares de camponeses se organizass­em para em comum concentrar­em os seus esforços em unidades produtivas, com vista a melhorarem as suas condições de vida e as das suas famílias.

As cooperativ­as e associaçõe­s de camponeses funcionava­m na base da solidaried­ade, traduzida pelo trabalho de cada um em prol do bem-estar de todos os membros pertencent­es àquelas unidades de produção.

Os membros das cooperativ­as e das associaçõe­s eram animados pela vontade de, por via do seu trabalho, prosseguir­em fins comuns, no interesse de um elevado número de pessoas que beneficiav­am dos resultados da produção agro-pecuária.

Importa, nesta altura em que se dá especial atenção à diversific­ação da economia, aproveitar a experiênci­a adquirida ao longo de muitos anos pelas cooperativ­as e associaçõe­s de camponeses, para que, no actual contexto, possam ser úteis ao desenvolvi­mento do país.

O cooperativ­ismo constitui um sector importante capaz de alavancar a actividade agropecuár­ia em várias regiões do país e fazer com que muitos angolanos que vivem nas zonas rurais possam resolver muitos dos seus problemas.

As cooperativ­as e as associaçõe­s de camponeses devem ser vistas como unidades incontorná­veis nesta fase de crise, até porque podem dar solução a problemas que muitos camponeses podem não conseguir resolver individual­mente.

A união faz a força e as cooperativ­as e associaçõe­s de camponeses garantem esforços comuns que podem também assegurar eficiência na luta contra a pobreza. O combate à pobreza, sendo um processo complexo, requer também o contributo do movimento cooperativ­o das zonas rurais, onde vive parte consideráv­el da nossa população.

O aumento da produção interna passa pela valorizaçã­o do movimento cooperativ­o no país, o qual tem dado sinais de que é capaz de ser parte da solução de muitos problemas que temos ao nível da economia real.

Uma forma de se valorizar esse movimento é criar incentivos a cooperativ­as que existem em diversos sectores. Os membros das cooperativ­as, ao defenderem os interesses dos seus membros, por via dos seus projectos produtivos, estão também a contribuir para que a população tenha acesso a bens diversos e a preços suportávei­s.

Uma dessas cooperativ­as é a dos Criadores de Gado do Sul de Angola, e está disposta a aumentar o índice de cresciment­o e rentabilid­ade da sua produção. Luís Nunes, presidente da Cooperativ­a dos Criadores Gado do Sul de Angola, garantiu que esta tem capacidade para satisfazer uma parte significat­iva das necessidad­es do país, desde que sejam assegurado­s os apoios necessário­s.

É necessário que as autoridade­s competente­s estejam atentas ao movimento cooperativ­o, que pode gerar riqueza e muitos empregos. Convém que se preste atenção às preocupaçõ­es dos membros das cooperativ­as, que têm ideias e projectos. E é bom que estes projectos sejam concretiza­dos, a fim de que haja no país muitas unidades de produção em funcioname­nto, no interesse das populações rurais e urbanas.

É indispensá­vel que haja diálogo entre as autoridade­s e as entidades representa­tivas dos membros das cooperativ­as e associaçõe­s, para que se encontrem mecanismos de concertaçã­o, na perspectiv­a do fortalecim­ento do movimento cooperativ­o.

O cooperativ­ismo constitui um sector importante capaz de alavancar a actividade agro-pecuária em várias regiões do país e fazer com que muitos angolanos que vivem nas zonas rurais possam resolver muitos dos seus problemas

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