Segurança alimentar tem 65 milhões de euros
Financiamento vai contribuir para o reforço da agricultura familiar para a redução da fome e da pobreza na região sul
A União Europeia assinou na segunda-feira, em Luanda, um acordo de financiamento que envolve 65 milhões de euros para o projecto de fortalecimento da resiliência, segurança alimentar e nutricional em Angola, a ser implementado nas províncias do Namíbe, Cunene e Huila.
O Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, Job Graça, disse que o financiamento, enquadrado no 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento em Angola (FED), visa contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional nas três províncias para reforçar a agricultura familiar sustentável na região sul, a mais afectadas pelas alterações climatéricas.
Para o ministro, o projecto, que começa a ser executado em Setembro próximo, custa cerca de 12 mil milhões de kwanzas, valor disponibilizado pela União Europeia em euros (65 milhões). O projecto, a ser desenvolvido nas três províncias, tem a previsão de ser concretizado num período de cinco anos.
O projecto de fortalecimento da resiliência e segurança alimentar e nutricional, concentra três sectores económicos focais, nomeadamente a agricultura sustentável, águas e saneamento básico, assim como o ensino superior e formação profissional.
Job Graça acresceu que os fenómenos climáticos como as secas e inundações mais frequentes nos próximos 50 ou 100 anos têm efeitos significativos com a redução da produção agrícola, distribuição de meios de produção, perturbações dos sistemas comerciais e o acesso ao mercado. “A adaptação às alterações climatéricas através do desenvolvimento da agricultura familiar sustentável, parte da solução estrutural de um estudo para a implementação de projectos no domínio das aguas, como regulação transferência de caudais e projecção em caso de cheias”, referiu.
O objectivo é reforçar a agricultura familiar sustentável para acelerar o programa de redução da fome e da pobreza e contribuir para a segurança alimentar e nutricional nas províncias do sul de Angola como o Cunene, Huila e Namíbe que são as mais afectadas pelas alterações climatéricas.
O ministro disse que os sectores de intervenção imediata é o da agro-alimentar, agricultura, pecuária, pescas, construção civil, ambiente e gestão de águas e resíduos sólidos, o que vai causar o aumento de emprego e produtividade do trabalho.
O embaixador da União Europeia em Angola, Tomas Ulicny, afirmou que o financiamento é uma intervenção baseada em modelos de previsões climáticas, cujo impacto das alterações será mais significativo nos anos subsequentes.
Os sectores da agricultura, pecuária, pescas, construção civil, ambiente e gestão de águas e resíduos sólidos vão causar o aumento de emprego e produtividade