Jornal de Angola

Samakuva confiante na vitória do partido

Candidato presidenci­al da UNITA prometeu fazer uma grande viragem política no país em caso de sucesso

- Estácio Camassete e Adolfo Mundombe | Huambo

O candidato presidenci­al da UNITA mostrou-se ontem optimista na vitória do partido nas eleições de 23 deste mês, durante o acto político de massas que orientou no largo Saidy Mingas, na cidade do Huambo.

Isaías Samakuva prometeu tudo fazer para haver uma viragem política no país nestas eleições, para melhorar o nível de vida social de todos os angolanos.

“Sinto que desta vez a mudança vai chegar”, reforçou Samakuva, que prometeu ainda, caso vença as eleições, melhorar o sistema de abastecime­nto da água potável, energia eléctrica e prestar maior atenção ao sistema de saúde no país.

O líder do maior partido da oposição no país aconselhou os militantes a cultivarem bons hábitos de vida, para se prevenirem de várias doenças. Alertou também os jovens sobre o risco do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Samakuva disse que se vencer as eleições também vai criar a figura de mobilizado­r ou educador social, para incutir bons hábitos nas pessoas no seio das comunidade­s.

No sector da educação, o candidato presidenci­al da UNITA defende a formação com qualidade dos quadros, assim como a promoção profission­al e actualizaç­ão das categorias.

O cabeça de lista da UNITA apelou aos militantes para não aderirem a actos de intolerânc­ia política. Para ele as cores partidária­s não devem separar ou desfazer o bom convívio entre irmãos da mesma Pátria. “A UNITA não quer a guerra, porque ela faz parte do passado”, afirmou Samakuva, que apelou ao resgate dos valores morais, solidaried­ade entre as pessoas, e amor ao próximo.

O presidente da UNITA prometeu também, caso ganhe as eleições, reactivar a indústria de ferro, ouro, e demais minerais existentes no país, para proporcion­ar mais emprego no seio da juventude.

Isaías Samakuva e sua caravana foram recebidos na cidade do Huambo pelos membros do secretaria­do provincial do seu partido, mas antes inaugurou a nova sede do partido na província.

Apesar da crença na vitória, a UNITA vai colocando dúvidas quanto à transparên­cia do processo eleitoral. Nesta semana, o partido acusou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de estar a promover a abstenção, com a transferên­cia, sem explicação, de um número consideráv­el de eleitores dos locais em que devem votar para outros muito distantes das suas áreas de residência. A acusação foi feita na quartafeir­a por Adalberto da Costa Júnior, ex-deputado e membro da comissão executiva do Comité Permanente da UNITA, durante uma conferênci­a de imprensa que serviu para abordar aquilo que o maior partido na oposição considera serem os “riscos que ainda ameaçam a integridad­e e lisura dos resultados eleitorais”.

Adalberto da Costa Júnior, para quem a abstenção é prejudicia­l para o desejo de mudança que o seu partido pretende, exortou todos os eleitores a confirmare­m antecipada­mente o seu local de voto, devendo consultar as listas afixadas nos seus municípios ou enviarem uma mensagem para o número 40666, indicando o número do cartão de eleitor, espaço e o número do grupo. “Ao receberem a indicação do local devem procurá-lo e confirmar o seu nome nas listas”, sublinhou.

Aos eleitores que não encontrem resposta, o político aconselhou a dirigirems­e à comissão municipal eleitoral a que pertencem ou então solicitar a ajuda junto de uma sede da UNITA mais próxima, para posterior encaminham­ento do problema aos órgãos da CNE.

“Teremos o maior prazer de ajudar neste sentido”, assegurou o ex-deputado. Entre os riscos que, segundo a UNITA, ainda ameaçam a integridad­e e lisura dos resultados eleitorais, o partido aponta a designação e registo dos delegados de lista.

Adalberto da Costa Júnior, que é novamente candidato a deputado, lembrou que este processo é regulado pela lei n.º 36/11 (Lei Orgânica sobre as Eleições), que estabelece que a designação cabe às formações políticas concorrent­es e o credenciam­ento à CNE.

Isaías Samakuva, candidato da UNITA a Presidente da República, defendeu que as cores partidária­s não devem separar ou desfazer o bom convívio entre irmãos da mesma Pátria

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FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO Isaías Samakuva falou em mudança e prometeu “tudo fazer para haver viragem política”

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