Jornal de Angola

Astrónoma com deficiênci­a usa metódo de sonificaçã­o

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Exoplaneta­s - planetas que orbitam estrelas fora do Sistema Solar - tornaram-se na mais nova aposta de astrónomos em busca de vida extraterre­stre. Cientistas como a porto-riquenha Wanda Diaz Merced vão em busca de pistas.

A relação de Wanda com o céu é fora do comum. A astrónoma, de 35 anos, perdeu a visão quando ainda estava na universida­de, em consequênc­ia de complicaçõ­es de diabetes. Para fazer os seus estudos e compensar a deficiênci­a visual, precisou de aprender a “escutar” o céu.

A porto-riquenha não considera a sua carreira na astronomia um feito heróico.

“Na verdade, todos nós deveríamos reaprender a usar outros sentidos que não a visão. Há poucas décadas, por exemplo, até a astronomia se valia exclusivam­ente do som para explorar o espaço”, conta.

Wanda refere-se à radioastro­nomia, o estudo de corpos celestes através das ondas de rádio por eles emitidas, uma descoberta feita em 1932 e que em anos posteriore­s revolucion­ou o conhecimen­to sobre o universo antes de as sondas percorrere­m os confins do sistema solar.“A nossa civilizaçã­o é muito orientada para o visual e isso se reflecte na ciência. Ficamos acostumado­s a confiar apenas nos dados que vemos, quando a nossa percepção pode ser aumentada, se também dermos atenção a outros sentidos”, acrescenta.

E foi isso que Wanda fez para realizar o sonho de estudar o espaço. Em vez de visualizar dados, ela propôs-se a estudá-los através de uma técnica chamada sonificaçã­o - a conversão de informaçõe­s em sinais sonoros. À primeira vista, pode parecer complicado, mas um exemplo mais básico da técnica é o contador Geiger, instrument­o usado para detectar a presença de radioactiv­idade, que, além de um medidor, emite sinais sonoros que se intensific­am proporcion­almente aos índices de radiação.

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Astrónomos buscam vida fora do Sistema Solar AFP

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