MPLA segue tranquilo na contagem dos votos
João Martins elogiou o empenho dos órgãos da administração eleitoral pela forma como respeitou os passos da legislação
O MPLA acompanha o processo de contagem dos votos e a divulgação dos resultados provisórios "com naturalidade", afirmou ontem, em Luanda, o secretário para os assuntos políticos e eleitorais do partido.
João Martins, que falou à imprensa na sua sede nacional do MPLA, disse esperar que outras divulgações venham a ocorrer e, por isso, aguardar os resultados.
“Como sabem, já havíamos feito a divulgação da nossa previsão pela contagem paralela a partir das actas que obtivemos dos nossos delegados de listas”, disse.
Horas antes, a compilação dos dados que os delegados de lista do MPLA haviam remetido à coordenação da campanha do partido a partir das actas sínteses obtidas das assembleias de voto a nível de todo o país, depois de escrutinados acima de cinco milhões de eleitores, apontavam para uma maioria qualificada.
João Martins reiterou o elogio aos órgãos da administração eleitoral pela forma como têm estado a cumprir a legislação, uma vez que o escrutínio provisório é uma exigência da lei eleitoral.
O político explicou que escrutínio tem o condão de puder levar a que os partidos possam ter uma percepção do seu desempenho político.O dirigente político manifestou a sua admiração com a reacção da oposição devido a divulgação dos primeiros resultados provisórios. Contudo, sublinhou não ter sido estranho, de um modo geral, o comportamento dos actores políticos concorrentes, que desde 1992 quando se tratam de eleições, têm uma antevisão da derrota e reclamam sobre a divulgação dos resultados provisórios. João Martins acrescentou que foi assim nas eleições de 1992, 2008, 2012, e agora está a ocorrer nas eleições gerais deste ano.
“É estranho que isto possa ocorrer, porque desde 1992 a nossa legislação eleitoral estabelece que o processo de apuramento dos resultados pode ser acompanhado de modo paralelo”, realçou.
João Martins lembrou que, desde as primeiras eleições realizadas em Angola, a cópia das actas de apuramento em cada mesa de voto são entregues aos delegados de lista de cada formação política concorrente. O político sustentou que à semelhança da CNE é natural que cada partido tenha a sua acta.
O secretário para os assuntos políticos e eleitorais explicou que, com a compilação que cada formação política fizer das actas em sua posse, pode no âmbito do contencioso eleitoral fazer a reclamação e “nunca em conferências de imprensa e atitudes de arrogância, e até de ameaças as instituições”.
O dirigente do MPLA lembrou que a legislação eleitoral tem um contencioso específico e é sobre ele que os partidos devem incidir a sua reclamação ou queixa em face dos elementos de prova que possa sustentar.
João Martins disse também que as praças tradicionais do MPLA, que desde 1992 têm brindado o partido com maiorias qualificadas, mantiveram a tradição, tendo reconhecido a evolução natural diferente verificada em algumas províncias. Como causa, aponto um provável desempenho aceitável das formações concorrentes em prejuízo do desempenho do MPLA no período 20122017. “Isto é natural e vai ser objecto de avaliação no final de todo este processo quando tivermos que avaliar o final dos resultados eleitorais”, disse o dirigente político.
Para as eleições gerais, foram cadastrados 9.317.294 eleitores, em todo o país.
“É estranho que isto possa ocorrer, porque desde 1992 a nossa legislação eleitoral estabelece que o processo de apuramento dos resultados pode ser acompanhado de modo paralelo.”