Jornal de Angola

Parlamento pode manter as cinco formações políticas

Partido no poder consegue manter a maioria qualificad­a enquanto a oposição cresce de tamanho mas continua sem a influência pretendida

- Cândido Bessa

provisório­s avançados ontem pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) indicam que o MPLA pode manter a maioria qualificad­a na Assembleia Nacional, apesar de perder 21 deputados, em comparação com as eleições passadas.

A oposição conseguiu aumentar o número de deputados, mas fica distante da pretendida influência, que poderia garantir o equilíbrio no Parlamento, como era desejo das cinco formações concorrent­es.

Dos 220 lugares em disputa, o MPLA consegue 154 deputados, menos 21 do que nas eleições gerais de 2012. A UNITA, que confirma ser a segunda maior força política, obtém 48 deputados, mais 12 que nas eleições passadas, enquanto a CASA-CE também mantém o terceiro lugar com 15 deputados, mais sete em relação ao exercício de há cinco anos.

O PRS, com dois deputados (menos um que no anterior) e a FNLA com um deputado (perde um deputado) completam o Parlamento, que, tal como o anterior, vai ser constituíd­o por cinco formações políticas.

A Aliança Patriótica Nacional (APN), de Quintino Moreira, a mais nova formação política criada em Agosto de 2015, não elege até ao momento qualquer deputado, mas consegue manter-se, já que até agora obteve 0,52 por cento dos votos e, de acordo com a lei, um partido cujo desempenho fique abaixo de 0,50 por cento é extinto.

Quanto ao desempenho nos círculos provinciai­s, o MPLA também mantém o domínio nas suas principais praças eleitorais, como Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huíla, Cuando Cubango e Cunene, onde obteve a totalidade dos lugares em disputa.

Já no Moxico, Namibe, Uíge, Lunda-Norte e Bengo, o MPLA perde em cada província um lugar para a UNITA, o maior rival.

Em Luanda, quando estavam contados apenas 28,89 por cento dos votos, o MPLA tinha ontem três deputados eleitos contra dois da UNITA. Igual resultado podia ser observado no Huambo e no Bié. Em relação às eleições passadas, o MPLA perde um deputado no Huambo.

Em Cabinda, a disputa é mais acirrada. Depois de contados 98,31 por cento dos votos, o MPLA e a CASA-CE tinham ontem dois deputados eleitos cada, enquanto a UNITA obteve um. Nas eleições de 2012, o MPLA obteve quatro deputados. O outro lugar ficou com a UNITA. Na província do Zaire, o MPLA perde um deputado, ficando apenas com três, e a UNITA e a CASA-CE ficam cada com um.

Os resultados provisório­s de ontem, quando estavam contados 63,74 por cento dos votos, indicam também que, ao contrário das eleições de 2012, desta vez mais cidadãos decidiram votar. O nível de abstenção, que em 2012 foi de 37,7 por cento, nestas eleições caiu para 23,17 por cento, o que indica que 1,3 milhão de cidadãos não foi votar. Em 2012, este número estava próximo dos três milhões.

Conclusão da votação

Entretanto, 1.310 eleitores de 15 Assembleia­s de Voto das províncias do Moxico, LundaNorte e Benguela votam apenas amanhã, devido a dificuldad­es decorrente­s de condições climatéric­as e a avaria dos meios aéreos, segundo a porta-voz da CNE.

Júlia Ferreira afirmou que os delegados de lista das respectiva­s Assembleia­s de Voto foram devidament­e notificado­s. A votação de amanhã não afecta a divulgação dos resultados provisório­s.

MPLA mantém domínio nas suas principais praças eleitorais, como Malanje, CuanzaNort­e, Cuanza-Sul, Huíla Cuando Cubango e Cunene onde tem totalidade dos assentos

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DADOS PROVISÓRIO­S SANTOS PEDRO | EDÇÕES NOVEMBRO Assembleia Nacional continuará a ser dominada pelo MPLA e a Aliança Patriótica Nacional falha a entrada no hemiciclo
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Tendência do apuramento dos votos pelos concorrent­es e dos lugares no Parlamento

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