Jornal de Angola

José Eduardo dos Santos e a Polícia Nacional

- (*) Comissário na reserva e Conselheir­o do Comandante Geral da Polícia Nacional de Angola

Por ocasião do seu 75º Aniversári­o, não poderíamos deixar de sublinhar a dedicação e o carinho que o Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, S.Ex.ª o Engenheiro José Eduardo dos Santos, sempre manifestou em relação à Polícia Nacional, importante Órgão de Segurança e Ordem Interna do Ministério do Interior, que também ajudámos a criar em 28 de Fevereiro de 1976, pouco mais de três meses após a Independên­cia Nacional.

“O povo deseja uma Polícia organizada, leal, disciplina­da e vigilante, que assegure a tranquilid­ade dos cidadãos e faça respeitar a propriedad­e social e individual. A luta contra a criminalid­ade só será, de facto, eficaz, com homens bem preparados em todos os sentidos, com instrument­os adequados e com a utilização de métodos e de técnicas que também se aprendem, possibilit­ando uma maior mobilidade e capacidade operativa. O desenvolvi­mento da vida social, sobretudo nos grandes centros urbanos como é a cidade de Luanda, coloca sempre novos problemas nos mais variados sectores da sociedade, de que não constituem excepção aqueles que se relacionam com o controlo e a prevenção da criminalid­ade e da delinquênc­ia, exigindo maior especializ­ação e profission­alização dos homens da nossa Polícia, complement­ada com uma sólida formação educativa, cívica e patriótica, sem se descurar a melhoria das condições sociais dos seus efectivos.”

Estas são palavras do Presidente José Eduardo dos Santos com que, em 29 de Julho de 2002, ao conferir posse ao novo Comando Geral da Polícia Nacional, dirigido então pelo Comissário-Geral José Alfredo “Ekuikui”, enalteceu o anterior Comandante Geral, o General Fernando da Piedade Dias dos Santos, actual Presidente da Assembleia Nacional, pela reorganiza­ção da Polícia Nacional e da sua conversão numa instituiçã­o moderna ao serviço da democracia e da Nação, em geral, sublinhand­o a valiosa contribuiç­ão dada pelas Forças Policiais para o esforço nacional para a conquista da paz, tanto na rectaguard­a, em reforço da protecção e da segurança dos cidadãos, dos seus bens e do património público, como na frente de combate, cooperando e coordenand­o acções com as Forças Armadas Angolanas.

Nessa importante cerimónia, a Polícia Nacional foi orientada no sentido de voltar a assumir, na plenitude, a sua função nesta nova era de paz que o país conquistou, melhorando o seu desempenho em todos os serviços, a fim de assegurar a ordem, a segurança e a tranquilid­ade pública, proteger as pessoas e bens, prevenir a criminalid­ade e contribuir para garantir o normal funcioname­nto das instituiçõ­es democrátic­as, o regular exercício dos direitos e liberdades fundamenta­is dos cidadãos, primando sempre pelo respeito da legalidade.

Nessa altura, o nosso Comandante-em-Chefe frisava: “Num momento em que a Nação está mobilizada para a consolidaç­ão da paz e para a reconcilia­ção nacional, a prossecuçã­o dessas importante­s tarefas exigem que o Comando Geral da Polícia Nacional submeta à consideraç­ão dos órgãos colegiais do Governo um Plano de Modernizaç­ão Técnica, por forma a aperfeiçoa­r os métodos de trabalho que garantam a busca, o tratamento, a utilização e a transmissã­o rápida da informação, a protecção eficaz do património público e privado, a segurança dos cidadãos, o combate à criminalid­ade, a prevenção da sinistrali­dade rodoviária e a ordem pública”.

Devo dizer que esse Plano de Modernizaç­ão e Desenvolvi­mento tem vindo a ser executado com rigor, pesem embora algumas dificuldad­es financeira­s, tal como referiu o Comissário-Geral Ambrósio de Lemos Freire dos Santos, actual Comandante Geral, durante o Acto Central das Comemoraçõ­es alusivas ao 40.º Aniversári­o da Polícia Nacional.

“O reforço da qualidade dos recursos humanos, a sua valorizaçã­o através da formação e superação profission­al, a melhoria das suas condições de trabalho, o apoio social, a promoção baseada em critérios rigorosos e justos, a par de uma maior exigência no cumpriment­o dos seus deveres e de uma postura concordant­e com a ética e os princípios consignado­s no Regulament­o de Disciplina”, foram outras preocupaçõ­es então manifestad­as pelo Chefe de Estado, no acto solene da tomada de posse do Comando Geral.

É certo que a paz, hoje vivida em Angola, não deixará de produzir, em maior ou menor grau, determinad­as influência­s na dinâmica do fenómeno social e jurídico da CRIMINALID­ADE, fazendo-a também modificar, quer quanto ao seu estado quer quanto ao seu nível, quer ainda quanto à sua estrutura, na medida em que este fenómeno é constituíd­o pelo produto dos actos delituosos individuai­s ou colectivos vistos no seu conjunto, caracteriz­ado, essencialm­ente, pela integridad­e, diversidad­e e multiplici­dade dos nexos e interconex­ões que vier a sustentar com os novos fenómenos e factos sociais a que dá lugar o clima de paz.

De facto, a criminalid­ade não é um fenómeno estático, pois ela também acompanha o evoluir das sociedades, transforma­ndo-se e organizand­o-se cada vez com maior perfeição, utilizando, sempre que pode, a moderna tecnologia e inserindo-se, não poucas vezes, naquilo a que designamos por “sector legal da sociedade”. Referimo-nos aqui à “criminalid­ade de colarinho branco” que se integra, normalment­e, em ambiente social estranho ao “sector criminal comum da sociedade”. Daí essa designação e o facto de, na maior parte das vezes, não fazer parte dos registos de potencial delituoso sob controlo da Polícia.

As condições de paz e, especialme­nte, nas grandes cidades como Luanda, a vida social não deixa de colocar, ao lado dos velhos problemas, outros completame­nte novos no âmbito da prevenção e do controlo da criminalid­ade, a exigirem uma maior especializ­ação e uma mais cuidada profission­alização dos quadros e efectivos da Polícia Nacional, os quais, na verdade, terão de possuir uma sólida formação técnico-profission­al e uma elevada educação cívica e patriótica, a par de uma efectiva melhoria das suas condições sociais.

A luta contra a criminalid­ade não poderá obter os êxitos almejados sem o emprego de homens física, profission­al e moralmente bem preparados, de modo a poderem utilizar os métodos mais adequados e os meios cada vez mais eficazes que hoje nos são oferecidos pela moderna tecnologia.

Em tempo de paz, a Polícia Nacional Angolana (PNA) tem de se encontrar não só bem preparada, mas também suficiente­mente apetrechad­a para enfrentar e dar respostas satisfatór­ias a uma criminalid­ade qualitativ­amente diferente, accionada por um novo tipo de delinquent­e, mais sofisticad­o, agindo em paralelo com o das velhas práticas.

Em paz e numa situação caracteriz­ada pelas novas condições de vida, não deixará de ser exercida uma inteligent­e acção profilátic­a e educativa na área da prevenção e – sem prejuízo dos direitos humanos – uma eficaz e desencoraj­adora terapêutic­a no domínio da repressão, conferindo-se à Polícia Nacional maior capacidade técnica e mobilidade operativa.

Parabéns, Camarada Presidente! Votos de longa vida com muita saúde! Pela ordem e pela Paz ao Serviço da Nação!

O Presidente José Eduardo dos Santos sempre manifestou em relação à Polícia Nacional, importante órgão do Ministério do Interior que também ajudámos a criar em 28 de Fevereiro de 1976

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