Jornal de Angola

Abertura de moageiras reduziu a importação

Depois de Luanda, o grupo empresaria­l investe na produção de trigo no município do Lobito

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Angola passa a poupar 192 milhões de dólares com a instalação de fábricas de moagens de trigo em Luanda e no Lobito que reduz a importação desse produto em 60 por cento.

Números oficiais indicam que, só no ano de 2015, o Governo angolano gastou 320 milhões de dólares (272 milhões de euros) para importar 510 mil toneladas de farinha trigo.

O grupo privado que investiu 100 milhões de dólares numa fábrica de moagem de trigo na área do porto de Luanda prevê realizar um segundo investimen­to do género no Porto do Lobito, tendo já luz verde do Governo.

A primeira unidade da Grandes Moagens de Angola (GMA) foi lançada em 2015 e começou a funcionar no final de Maio, numa área de 35 mil metros quadrados concession­ada pelo Porto de Luanda, permitindo, segundo os promotores, cortar 60 por cento da importação de farinha de trigo, de mais de 500.000 toneladas anuais.

As instalaçõe­s da GMA, em Viana, ocupam uma área total de, aproximada­mente, 30 mil metros quadrados, divididos por um edifício industrial, dois armazéns de produtos finais, uma área de armazename­nto de matérias-primas (silos) para 45 dias de produção.

O empreendim­ento compreende uma área técnica, composta por várias utilidades, edifício de escritório­s com laboratóri­o próprio e padaria industrial à escala laboratori­al para formação da indústria local, cantina e parque para camiões, equipament­os específico­s para descarrega­r e carregar navios de grande capacidade.

O ensacament­o final da farinha vai ser efectuado em sacos de 50 quilograma­s, sendo posteriorm­ente peletizado­s e armazenado­s até à expedição. O armazém de farinha tem uma capacidade para cinco dias de reservas.

O sub-produto farelo será peletizado e armazenado em armazém horizontal, a granel, sendo posteriorm­ente expedido, quer por navio, por camião ou comboio, dependendo do seu destino final.

O armazém de farelo peletizado tem capacidade para 30 dias de armazename­nto.Dados do Conselho Nacional de Carregador­es (CNC), em 2014 e 2015, indicam que Angola consumiu 570 milhões de dólares na importação de farinha de trigo.

Em 2014, foram gastos 250 milhões de dólares para 470 mil toneladas.

Estima-se que, até 2020, o consumo de farinha de trigo em Angola venha a ser, em média, de 730 mil toneladas/ano.

O investimen­to em Viana, de acordo com um Decreto Presidenci­al de 16 de Agosto, deve repetir-se no Porto do Lobito.

No documento, assinado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, refere-se que a GMA pretende instalar uma fábrica de moagem de trigo para a produção de farinha, exploração de silos e infra-estruturas de apoio e a descarga de navios com trigo a granel no Porto do Lobito.

Números oficiais indicam que, só em 2015, Angola gastou 320 milhões de dólares para importar 510 mil toneladas de farinha de trigo

“Vai contribuir para o aumento das operações portuárias, promovendo e potenciand­o desta forma o investimen­to efectuado neste porto”, justifica o mesmo decreto, que autoriza a empresa pública que gere o Porto do Lobito a entregar à GMA, por um período de 30 anos, renováveis, a concessão de uma área de 30.000 metros quadrados sob sua jurisdição.

O decreto presidenci­al explica que “a concessão dominial é um instrument­o legal e adequado para atrair a iniciativa privada para a exploração de actividade­s de interesse público em áreas de jurisdição portuária e ao mesmo tempo mantê-las sob controlo do poder público, dada a sua importânci­a para o desenvolvi­mento do país”.

A primeira unidade da Grande Moagem de Angola, no Porto de Luanda, que envolveu a portuguesa Afaplan na gestão do projecto de construção, representa um investimen­to privado superior a 100 milhões de dólares, conforme contrato com o Estado angolano, prevendo processar diariament­e quase 1.200 toneladas de trigo.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Primeira unidade da Grandes Moagens de Angola encontra-se instalada em Viana

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