Saída exige reembolso da dívida à União
A Chanceler alemã avisou ontem o Reino Unido que o país vai ter de pagar o que deve, uma questão que vai fazer parte das negociações para a saída da União Europeia.
Para Angela Merkel, é enganador encarar este custo como uma factura ou multa do divórcio.
“Esta é uma obrigação que o Reino Unido assumiu e que naturalmente deve ficar registada nas contas. Não se trata de um custo do divórcio — o que faz parecer uma multa. Ainda estamos no início dessas negociações.”, disse Markel.
As discussões para o "brexit" foram retomadas na segunda-feira em Bruxelas com muito pouca clareza no que diz respeito aos tópicos chave. Uma das principais incógnitas é o montante do pacote financeiro que vai ser um tema de partida do processo negocial. A primeiraministra britânica, Theresa May, tem mantido silêncio sobre o tema, mas Angela Merkel reconhece que este é um tema complicado.
Avaliar quanto é que o Reino Unido deve à UE na hora da saída é um dos assuntos mais delicados e difíceis. Há analistas a avançar com estimativas que colocam a factura próxima dos 100 mil milhões de euros brutos. O Governo britânico já reconheceu que terá de pagar para sair, mas salvaguardando que quer negociar um acordo justo para o Reino Unido ao nível dos direitos e das obrigações.
Em paralelo com as negociações do “brexit”, vão realizar-se as discussões para o próximo orçamento da União Europeia já sem o contributo financeiro britânico. O país era um contribuinte líquido, o que tornará ainda mais difíceis as negociações, reconhece também Angela Merkel.
O ministro responsável pelas negociações para a saída britânica da União Europeia (UE), o denominado "brexit", quer flexibilidade na nova ronda negocial entre as duas partes, que começou na segunda-feira, em Bruxelas, para tratar de direitos de cidadãos.