Jornal de Angola

Lubango vai acolher um festival regional

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Um festival regional de teatro realiza-se em Novembro deste ano, na cidade do Lubango, capital da Huíla, uma iniciativa da Fundação Sindika Dokolo, enquadrada no projecto da Trienal de Luanda, anunciou segundafei­ra, o vice-presidente da agremiação cultural.

Segundo Fernando Alvim, que se encontra no Lubango na preparação da iniciativa, o certame vai juntar grupos de teatro das províncias do Huambo, Benguela, CuanzaSul, Namibe, Cuando Cubango, Cunene e Huíla. A actividade, disse Fernando Alvim, visa a divulgação da identidade da cultura nacional, através das artes cénicas e o seu valor artístico nos mais variados géneros teatrais.

Segundo Fernando Alvim, o teatro é a arte de educar e sensibiliz­ar a sociedade sobre a importânci­a do dever cívico, através da representa­ção.

“Os grupos de teatro devem apresentar uma sinopse com a história do conjunto e conteúdos aceitáveis para melhor apresentaç­ão ao palco”, disse vice-presidente da Fundação Sindika Dokolo, que anunciou que neste momento se estuda o local onde vai decorrer o festival. Uma verdadeira festa da música é o que se pode resumir dos cincos dias que marcaram a segunda edição do Festival Zwá, que reuniu nos palcos do Palácio de Ferro, sede da Trienal de Luanda, 40 bandas e músicos nacionais, igual número de espectácul­os e horas de concertos em quatro espaços.

O grupo folclórico Kituxi, uma das principais referência­s da música tradiciona­l angolana, foi o primeiro a actuar na segunda-feira, último dia do festival, com início às 16h00 que se estendeu até às zero.

Interpreta­ndo ritmos da terra em língua quimbundo, na voz de Jorge Mulumba (hungo, puita, lata e voz), Zé Fininho (dikanza), Inó Gonçalves (ngoma solo), Raul Tulingas (ngoma baixo) e Nando Francisco (mukindo), o grupo fez uma incursão pelos temas da sua discografi­a composta por “Ngitabulé”, “Dingongenu”, “Kufikissa” e “Kene kimoxi”.

O grupo, fundado a 13 de Maio de 1980, é o mais internacio­nal de Angola, com actuações na Hungria, Zimbabwe, Suécia, Alemanha, Rússia, Jugoslávia, Noruega, Brasil, Bulgária e Portugal.

Depois do grupo Kituxi, foi a vez da banda Enogi do Namibe, que durante uma hora interpreto­u vários sucessos africanos, levando o público a uma viagem ao passado com temas como “Carapinha dura”, de Teta Lando, “Malaika”, da cantora e compositor­a sul-africana Miriam Makeba, gravado em 1974, assim como do cabo-verdiano Tito Paris. Katiliana Capindiça, uma das vozes promissora­s da música nacional, fruto do projecto oficina musical da Trienal, cantou temas de cantores angolanos, com destaque para “Choro de Oliveira” e “Lemba”, de Filipe Mukenga, acompanhad­a por João Oliveira (teclado), João Guia (sopro), Divino Larson (guitarra solo), KD Kabuiko (baixo), Bermas Pascoal (percussão), Gildo Umba (bateria) e Celder de Almeida (coro).

A banda Welwitchia também se juntou à festa de encerramen­to do festival, com o vocalista principal Legaliza, integrada por Botto Trindade (guitarra solo), Carlos Timóteo (baixo), Zeca Tirilene (guitarra ritmo), Joãozinho Morgado (congas), João Diloba (bateria), Juju Lutma (teclado), Mãezinha e Ruth (coro).

A banda Next actuou antes de Mito Gaspar, um dos maiores expoentes da música contemporâ­nea angolana e vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Arte, edição 2016, na categoria de Música. Acompanhad­o pelos músicos e instrument­istas Marito Furtado (bateria), Moreira Filho (guitarra baixo), Miqueias Ramiro (teclado), Isaú Baptista (solo), Lázaro Guterre (trobone), Raidel Ortiz (tropete), FA (percussão), Djamila Mercedes (coro) e Betty Tavira (coro), Mito Gaspar interpreto­u vários temas do seu repertório.

Gabriel Tchiema, um exímio guitarrist­a, autor de sucessos como “Azulala”, “Pibinda” e “Mulekeleke”, foi o penúltimo artista a cantar, acompanhad­o por Pedro Bansimba (teclado), Mavinga Ndombasi (guitarra solo), Roberto Zola (percussão), Lubanzádio Gabriel (percussão) Mavinga Bunga (guitarra baixo) e Sandra Samanta (coro).

O espectácul­o do último dia do festival encerrou com a actuação do projecto Lundongo no Lwandu, composto por Ndaka yo Wini (voz), Jackson Nsaka (bateria), Kris Kasinjombe­la (baixo), Moisés Lubanzádio (teclado), Dalú Roger (percussão) e Nsangu (guitarra).

Este ano, o Festival Zwá homenageou os músicos André Mingas, Zé Keno, Wiza e Mário Silva pelo seu contributo à preservaçã­o e divulgação da música angolana. A iniciativa, enquadrada na III Trienal de Luanda, é da Fundação Sindika Dokolo.

Refira-se que o compositor Xabanu foi o artista homenagead­o na edição passada do Festival Zwá, no dia 28 de Agosto de 2016.

O Festival Zwá é um projecto desenhado em 2008, quando a fundação pensava seriamente na criação de uma revista cultural, mas não via sentido fazê-la sem começar por um festival.

Este ano, o Festival Zwá | Pura Música Mangop homenageou os músicos e compositor­es já falecidos André Mingas, Zé Keno, Wiza e Mário Silva pelo seu contributo para a preservaçã­o e divulgação da música angolana

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Fundação Sindika Dokolo aposta na promoção do teatro

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