Desminagem conjunta facilita novos projectos
O oficial de ligação da Comissão Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH) na província do Cunene, Mário Satipamba, defendeu ontem, em Ondjiva, mais sintonia do programa de desminagem com os projectos públicos e privados nas acções de limpeza de campos agrícolas, reabilitação e abertura de novas estradas.
Mário Satipamba reconheceu "avanços significativos" em zonas já desminadas, enfatizando que a sincronização dos programas vai evitar que a acção de desminagem se faça em simultâneo com a execução de projectos.
"A falta de sintonia em alguns projectos complica a acção de desminagem", disse Mário Satipamba, para quem a Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária no Cunene tem como prioridade, para este ano, a limpeza e desminagem das principais vias rodoviárias, impulsionando o fomento agro-pecuário e a circulação de pessoas e bens.
A CNIDAH no Cunene controla três operadoras de desminagem, designadamente a Brigada das Forças Armadas Angolanas, o Instituto Nacional de Desminagem (INAD) e a ONG britânica “The Halo Trust”.
Dados revelados em Junho pelo ministro da Assistência e Reinserção Social indicam que as áreas suspeitas de minas em Angola reduziram de 3.277 áreas, em 2007 para 1.461 este ano. “Os dados globais apresentados são bastante animadores, rondam em 50 por cento, em relação ao período quando terminou a guerra", disse Gonçalves Muandumba, que é também o coordenador da Comissão Executiva de Desminagem, para acrescentar que "há um esforço muito grande" dos envolvidos no processo.
Duarante o período, foram limpos 7.150 quilómetros de estradas, 3.218 quilómetros de linhas de ferro, 2.800 quilómetros de linhas de transporte de energia eléctrica, 10.000 quilómetros de linhas de fibra óptica, além da retirada de 419.101 minas antipessoal, 26.391 anti-tanque e 5.960.346 outros engenhos remanescentes de guerra.
“Este número de minas e engenhos explosivos retirados expressa claramente o número de vidas poupadas ao longo destes anos, o que significa que se nada tivesse sido feito, milhares de homens, mulheres e crianças teriam perdido a vida", explicou o ministro.