“O que me compete é dar as indicações e mostrar as potenciais áreas de investimentos”
Nesta fase, quase que já não temos actividades a realizar. Mas realizámos algumas reuniões, no sentido de começar já a desmontar as estruturas do pavilhão, já que, sempre, começa-se a preparar o encerramento da expo, um mês antes. Por isso, não haverá mais nenhuma actividade de relevo.
Quantas pessoas visitaram o pavilhão?
Segundo dados estatísticos, até ao dia 13 de Agosto deste ano, um total de 280 mil visitantes, de vários países tinham passado pelo pavilhão de Angola. Foram números que superaram as expectativas. Não esperava ver tantas pessoas. Foi uma surpresa. Acredito que o facto de termos tido um pavilhão bem organizado também contribuiu bastante.
Angola está em condições de, no futuro, realizar uma expo internacional?
Infelizmente, o país ainda não tem condições para albergar um projecto dessa envergadura, principalmente pelos gastos financeiros que acarreta. Quase todos os países que realizam expos têm ouvido reclamações dos seus populares que fazem, às vezes, manifestações por causa dos gastos financeiros.
A realização de uma expo só representa gastos para o país organizador?
Claro que não. Também tem a sua contrapartida financeira no fim de tudo. Sou a presidente da Comissão de Administração e Finanças do BIE e tenho conhecimento dos valores monetários que os países organizadores angariam com esses eventos, fundamentalmente devido ao turismo.
Pode apontar um exemplo deste ganho numa das expos em que participou?
Na Itália, por exemplo, foram mais de três milhões de euros arrecadados só no sector do Turismo, com base nos últimos dados obtidos no final da Expo Milão 2015, realizada sob o lema “Alimentar o Planeta, Energia para a Vida”.
A participação de Angola reflecte-se na vida quotidiana dos angolanos?
Sinto apenas o que me dão a conhecer. Por exemplo, alguns japoneses mostram-se interessados em conhecer o país, mas no aspecto económico ou o que representa em termos de entrada directa de investimentos já não me compete sentir. As pessoas é que têm de dizer se, depois da participação de Angola, o país recebeu um número maior de investidores. São estatísticas económicas que têm de ser feitas, para saber se estamos a desempenhar bem o nosso trabalho. O que me compete é dar as indicações e mostrar as potenciais áreas de investimentos do país.
Neste caso quem poderia fazer melhor este balanço avaliativo sobre todo o trabalho de Angola nas expos?
Há outras estruturas económicas nacionais que precisam fazer esse balanço para se saber se houve um aumento nos investimentos por parte dos empresários internacionais. Alguns países têm sabido explorar convenientemente os seus temas, como o pavilhão do Mónaco, ou da Turquia, sem falar do país organizador que na minha opinião superou todas as expectativas.