Agência de notação realça estabilidade
A agência de notação financeira Moody’s considerou, na quarta-feira, que o resultado das eleições em Angola demonstra estabilidade política e que continua a haver “significativos desafios orçamentais e sociais” por causa da “difícil situação económica” do país.
O analista Aurelien Mali, que assina a análise, escreve que “a economia continua vulnerável à volatilidade do preço do petróleo”, que origina falta de dólares, dificulta a importação de bens e o repatriamento de capitais.
“A capacidade do Governo para apoiar a economia real é bastante limitada, já que depois de um significativo ajustamento à descida dos preços do petróleo, o espaço orçamental disponível ficou mais restringido”, escreve a Moody’s, cuja análise da qualidade do “rating” de Angola está abaixo da recomendação de investimento.
A classificação da agência internacional de classificação quase constitui um “volteface” em relação à nota de risco soberano atribuída pela Moody’s a Angola em Abril, depois da visita de avaliação à economia nacional, realizada na última quinzena de Março.
Naquela altura, a Moody’s manteve o “rating” da dívida pública de Angola em B1, que corresponde ao quarto nível - de investimento especulativo -, bem como a perspectiva de evolução negativa.
Num relatório divulgado para a atribuição da nota, a agência de notação financeira alude ao cenário político, com a previsão de eleições: “Há riscos de que as pressões sobre as despesas aumentarão no ano das eleições”, escreveu a agência de notação financeira.
Antes, em Janeiro, a agência de notação avançou uma previsão de crescimento económico para Angola de 3,00 por cento, mais optimista que o Governo e o Banco Mundial, que esperam, para este ano, uma expansão de 2,1 por cento e 1,2 por cento.
“Esperamos que o crescimento do PIB real de Angola suba para 3,00 em 2017, apoiado num aumento da produção de petróleo”.