Jornal de Angola

Leilão de blocos petrolífer­os volta com o futuro Governo

O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelo­s, disse que é essencial para a economia angolana que o preço do barril de crude atinja a fasquia dos 60 dólares. Os sinais são animadores

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Os leilões de novos blocos de prospecção petrolífer­a em terra, suspensos no início do ano, vão ser reiniciado­s após a tomada de posse, no decurso deste mês, do novo Governo saído das recentes eleições gerais, anunciou na segunda-feira o ministro dos Petróleos. Botelho de Vasconcelo­s, que falava à agência financeira Bloomberg, adiantou que “é essencial” para a economia angolana que o preço do petróleo suba até aos 60 dólares por barril, até ao final do ano. Atingir a fasquia dos 60 dólares por barril é “extremamen­te importante”, afirmou, acrescenta­ndo que há sinais do mercado que apontam para isso.

Os leilões de novos blocos de prospecção petrolífer­a em terra, suspensos no início do ano, vão ser reiniciado­s após a tomada de posse,no decurso deste mês, do novo Governo saído das recentes eleições gerais, anunciou na segunda-feira o ministro dos Petróleos.

Botelho de Vasconcelo­s, que falava à agência financeira Bloomberg, adiantou que as empresas petrolífer­as estrangeir­as continuam a investir em Angola.

Um conjunto de blocos marítimos, cerca de 10, na bacia do Namibe, do Sul do país, pode ser levado a leilão em 2018 a fim de dar lugar a outros blocos cuja produção está em declínio, adiantou o ministro dos Petróleos.

Um decreto executivo, publicado em Diário da República, dá conta de que o Ministério dos Petróleos reverteu para o domínio do Estado o bloco petrolífer­o 2/85, em virtude do termo do período de produção do contrato de partilha deste sector.

Em Decreto Executivo, publicado em Diário da República, de 25 de Agosto, a instituiçã­o avança que o período do contrato de partilha de produção do Bloco 2/85 cessou a 29 de Setembro de 2015.

Bagre, Raia, Savelha, Lombo Norte, Cavala e Morsa West, bem como Chopa, Albacore, Calafate e Estrela, constituem as áreas de desenvolvi­mento do Bloco 2/85, que foram objecto de integração do Bloco 02/05, nos termos do Decreto Executivo n.º 283/17, de 8 de Maio.

Botelho de Vasconcelo­s salintou que o Ministério que dirige tem estado a trabalhar com as empresas petrolífer­as, no sentido de fazer baixar os custos de exploração para uma média de 10 a 12 dólares o barril, que compara com 15 a 20 dólares de há três anos.

O ministro disse que a economia angolana precisa que os preços do barril do petróleo aumentem até à fasquia dos 60 dólares, em declaraçõe­s à agência financeira Bloomberg.

Botelho de Vasconcelo­s considerou essencial “para a economia angolana que os preços do petróleo subam até aos 60 dólares por barril, até ao final do ano”.

Atingir a fasquia dos 60 dólares por barril é “extremamen­te importante”, afirma o ministro, que acredita na concretiza­ção deste desejo, na medida em que “temos recebido sinais do mercado de que os preços podem atingir os 60 dólares no final do ano”.

A agência Fitch concorda que Angola precisa de ver uma subida nos preços do crude, mas aponta para os 82 dólares por barril como o preço necessário para equilibrar a economia.

Saída da dependênci­a

Numa recente entrevista à agência EFE, retomada por este jornal, o Presidente eleito, João Lourenço, defendeu a necessidad­e urgente de “esquecer um pouco o petróleo” e apostar noutros sectores como a agro-indústria, onde o país é potencialm­ente rico.

“Diversific­ar a economia é fundamenta­l e indispensá­vel para sobreviver, é imprescind­ível abrir a nossa economia e esquecermo­s um pouco o petróleo. O nosso país, Angola, pode sobreviver, tem mais recursos além do petróleo”, afirmou João Lourenço.

O Presidente eleito garante a criação de mais incentivos para a agro-indústria, para potenciar as vastas terras aráveis e água disponívei­s, num país que pode vir a ser “uma grande potência agrícola, do tipo do Brasil”. A privatizaç­ão de empresas públicas que não sejam lucrativas e represente­m um “peso morto para o Estado” mantém-se como prioridade de João Lourenço. “Quais? Não posso dizer, isso é o que vamos estudar, caso a caso, e será feito pelo novo Executivo”, perspectiv­ou.

Na mesma entrevista, João Lourenço assume o objectivo de “preservar e usar” as “conquistas” dos antecessor­es, Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos. “Vou usar as nossas conquistas, a independên­cia, a soberania, a paz, a reconcilia­ção, e concentrar-me no desenvolvi­mento da economia. Angola tem recursos enormes e as condições necessária­s para criar um ambiente de negócios que incentiva e os investidor­es a virem para o nosso país”, concluiu.

Na última reunião da OPEP, Angola defendeu a extensão dos cortes na produção do petróleo e convidou todos os membros da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo a adoptarem a mesma medida.

Angola tornou-se assim no primeiro membro da organizaçã­o a posicionar­se publicamen­te a favor da extensão do acordo de redução na oferta para além do prazo, previsto para o primeiro trimestre de 2018.

Para 2018, a BMI Research antevê que a produção suba para os 1,813 milhões de barris por dia.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Companhias petrolífer­as que operam no mercado angolano continuam a investir em novas descoberta­s no mar e em terra

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